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Que trabalhos nas aulas de 135 minutos?

Ciências Experimentais

Nas aulas de 135 minutos em Ciências Físico-Químicas e Biologia-Geologia fazem-se sobretudo trabalhos experimentais que permitem compreender melhor a matéria que está a ser leccionada em cada momento. São actividades muito enriquecedoras que nos permitem confrontar a teoria com a prática. É a visualização do que memorizámos; é a verificação do correcto. Também resolvemos fichas de trabalho que contêm descrições experimentais e que nos permitem raciocinar de um modo mais científico, nomeadamente com a colocação de problemas, levantamento de hipóteses, recolha de dados e interpretação dos resultados. Como diz o ditado: “Se ouço, esqueço, se vejo, lembro, se faço, aprendo”. Pois, nestas aulas, é aprendizagem que se facilita. Dependendo da planificação, a explicação teórica poderá dar-se antes ou depois das actividades, para complementar a parte prática e colmatar alguma dúvida ou questão que os alunos queiram colocar.

Por vezes, deparamo-nos com faltas de alguns materiais importantes, o que condiciona um desenrolar proveitoso das actividades. Os laboratórios estão obsoletos, falta material de multimédia mais recente, nomeadamente um data-show, que atrairia mais os alunos e mostraria mais nitidez e maior rigor científico, até porque superabundam filmagens didácticas sobre estas disciplinas.

Quanto à avaliação dos trabalhos práticos, elaboramos relatórios críticos sobre as actividades experimentais desenvolvidas. Esses relatórios são individuais e é-lhes atribuída uma nota qualitativa que pesa na avaliação final do período. O professor anota dados sobre o nosso empenho e desempenho nas actividades. Esses dados permitem distinguir, sempre que possível, os que trabalham dos que não se aplicam. Surgem, às vezes, algumas questões, pois há colegas que querem ser sempre eles a fazer e não dão oportunidade aos outros. Esta dificuldade tem de ser superada com a intervenção do professor que funciona, nestas ocasiões, como moderador e orientador, e é fundamental.

Entretanto, por parte do professor, algumas dificuldades se colocam na avaliação das aulas práticas de modo a estabelecer esse parâmetro com rigor para a avaliação sumativa, em que ele vale a partir deste ano 30%. Por exemplo, sendo os relatórios feitos depois de discussão conjunta na aula, eles são praticamente iguais uns aos outros. Pouca diferença aqui fará. A observação do empenho de cada um leva também quase sempre a resultados positivos, já que as diferenças são muito ténues e quase sempre é impossível avaliar em rigor a participação do aluno no grupo e a assimilação da matéria. Mas a solidez do que fica em cada aluno é igual? E assim muitos alunos que, objectivamente, têm resultados em testes escritos pouco satisfatórios têm avaliações gerais mais “em conta”… Por isso as percentagens de níveis negativos em Físico-Químicas e Biologia-Geologia desceram abruptamente. O que é que será mais correcto?

Nuno Rodrigues (10.º D)

EXPRESSÃO, Maio 08

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