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«Qualquer coisa é melhor que as manilhas»

Tubo metálico já começou a ser instalado na Praça Velha em substituição da “indesejada” solução provisória, que perdurou nove meses

Finalmente, para agrado geral de populares e comerciantes da zona histórica da Guarda, as manilhas de cimento que tinham sido colocadas, em Maio do ano passado, na Praça Velha, para impedir o estacionamento desordenado foram retiradas na manhã da última segunda-feira. Entretanto, o tubo metálico já começou a ser montado ao longo do acesso ascendente entre a Rua 31 de Janeiro e a escadaria da Sé.

José Borges, presidente do Condomínio Comercial da Zona Histórica da Guarda, viu «com muito agrado» a retirada das manilhas de um dos locais mais emblemáticos da cidade, recordando que eram para ser «uma solução provisória de um mês ou dois, mas acabaram por ficar nove meses», lamenta. No entanto, «mais vale tarde do que nunca», garante. Apesar de ainda aguardar para «ver o efeito que o tubo vai ter», o comerciante acredita que, «em princípio, qualquer coisa é melhor que as manilhas». Em sua substituição começou a ser colocado um tubo metálico a cerca de 50 centímetros do chão, dotado de iluminação, para ser visível de noite, que vai delimitar a faixa de circulação automóvel da área pedonal. Uma solução que deixará um dos espaços nobres da Guarda «mais bonito e agradável à vista» dos locais e de quem visita a cidade, realça o responsável pelo Condomínio Comercial da Zona Histórica da Guarda. As manilhas de cimento foram colocadas na Praça Luís de Camões em Maio de 2006 com o objectivo de evitar o estacionamento «caótico e abusivo». Esta foi a solução provisória encontrada até à colocação do tubo, sendo classificada, na altura, por António Saraiva, director-executivo do PolisGuarda, como «um elemento dissuasor da entrada de automóveis na Praça e que vai definir o corredor de tráfego disponível até à Escola de Santa Clara», afirmou.

Apesar de satisfeito com a saída de cena das manilhas, José Borges recorda outros problemas que afectam o “coração” da cidade: a falta de estacionamento e de iluminação. Em relação ao primeiro, o Condomínio Comercial «vem batendo na mesma tecla há muito tempo porque é urgente criar estacionamento nesta zona». Uma das soluções mais viáveis para atenuar o problema é a construção de um parque nas traseiras da Associação Comercial, «que até já se disponibilizou para ceder o terreno», lembra. «É a zona mais próxima do centro histórico que está disponível», refere, realçando que o parque de estacionamento do Fórum Theatrum, o futuro centro comercial da Avenida dos Bombeiros, poderá ser outra opção para quem quiser fazer compras na zona antiga da Guarda. Outra “dor” de cabeça para os comerciantes é a falta de iluminação. «Andaram a fazer algumas experiências com candeeiros e luzes que não resultaram e, neste momento, o centro da praça está completamente às escuras», critica, exigindo que o problema seja resolvido «o mais rápido possível», para além de reclamar candeeiros «com a dignidade que a Praça Velha merece». A empreitada de requalificação desta zona iniciou-se em Agosto de 2004, num projecto do arquitecto portuense Camilo Cortesão, tendo sido adjudicada à Abrantina/António Rodrigues Leão por perto de 1,2 milhões de euros. O prazo de execução era de seis meses, mas há muito que foi ultrapassado, contando-se já quase dois anos de atraso.

Ricardo Cordeiro

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