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«PS fomentou e apoiou a divisão do distrito em 1998»

Álvaro Amaro, candidato à presidência da Distrital da Guarda do PSD, responsabiliza socialistas pela «famigerada» região da Beira Interior

Álvaro Amaro acusa o PS de ter «fomentado e apoiado» a divisão do distrito da Guarda aquando do referendo sobre a regionalização em 1998. «Os socialistas hão-de ter esse ónus para sempre e não o presidente da Câmara de Gouveia por aderir à Grande Área Metropolitana (GAM) de Viseu», reagiu, na passada segunda-feira, o candidato à liderança da distrital do PSD, quando confrontado com essa particularidade.

O antigo dirigente social-democrata, entre 1994 e 2000, rejeita as críticas e recorda que esta ligação ao distrito vizinho não é de agora, mas remonta à associação multimunicipal do Planalto Beirão, criada para tratar dos resíduos sólidos urbanos. «A adesão a quaisquer associações de municípios, chamem-se GAM ou Comurb, em rigorosamente nada quiseram dividir o distrito», insiste, acusando o PS de não ter «respeitado os concelhos a Norte e a Sul da Guarda» quando propôs a «famigerada» região da Beira Interior. Está então identificado o seu principal adversário se ganhar a distrital nas eleições de 3 de Março, que disputa com Fernando Andrade, autarca de Aguiar da Beira. Álvaro Amaro recusa fazer julgamentos de pessoas ou estratégias passadas mas assume a convergência e a credibilidade como palavras-chave da sua candidatura. «Não quero o PSD a falar a uma só voz, quero ter a minha voz e outras com muita capacidade», esclarece prontamente, considerando que a diversidade de opiniões pode ser «uma energia adicional se soubermos fazer a coordenação, e eu quero ser um grande coordenador dessas eventuais divergências» para vencer em 2009.

De resto, garante que com ele vão acabar os «egocentrismos partidários e egoísmos políticos», pois isso não resolve os problemas das pessoas. «A convergência partidária ou a convergência social dos interesses só podem ser alcançadas por quem tenha uma visão de serviço público da política», arenga. Na sua opinião, o momento é de luta pela coesão territorial, pois «a desvalorização do interior, a fragilidade das políticas públicas no seu desenvolvimento, os desequilíbrios dos apoios públicos têm-nos arrastado para o quase esquecimento». E contra esse estado das coisas, Álvaro Amaro quer constituir um Conselho Estratégico Distrital, composto por 20 personalidades representativas das várias áreas da sociedade, a quem caberá «reflectir, estudar, definir políticas e planos de acção que se ajustem às necessidades do distrito». Um organismo que espera oficializar até ao final deste semestre, para além de fóruns temáticos trimestrais.

«Temos que sair das fronteiras do partido», reclama. Uma coisa promete desde já o candidato. É que os “paraquedistas” não vão ter lugar nas listas pela Guarda às próximas legislativas: «Houve duas eleições para o Parlamento enquanto fui presidente da distrital e não houve os chamados “paraquedistas”. Em 1995 quase me era imposto, mas admiti sair se isso se verificasse. É preciso ter essa força e um desapego do poder», assume Álvaro Amaro. O autarca de Gouveia avança com Júlio Sarmente (candidato à mesa da Assembleia Distrital), Nuno Vaz (Conselho de Jurisdição), António Edmundo e João Prata, primeiro e segundo vice-presidente.

Luis Martins

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