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As “magníficas” podas de árvores na Covilhã

Esta fotografia ilustra (parcialmente) o crime que foi perpetrado contra o património arbóreo da Covilhã (neste caso na N230, próximo do sítio da Palmatória); e digo “parcialmente” porque poderia ter enviado muitas mais, não apenas deste local, como de vários outros pontos da cidade (ver, por exemplo, o que fizeram às tílias do cemitério…).

Este tipo de acções são recorrentes, não apenas neste concelho, como um pouco por todo o país, e reflectem a ignorância e a incompetência com que os serviços autárquicos tratam o património arbóreo dos seus municípios. Poderia reproduzir aqui a argumentação, tecnicamente fundamentada, de pessoas como o arquitecto Gonçalo Ribeiro-Telles, mas acho que mesmo um leigo na matéria perceberá que se tratou de um crime. Não existe nenhuma justificação técnica e científica para estes actos, os quais são muitas vezes feitos a pedido de alguns cidadãos e pelos motivos mais fúteis:

– porque as folhas entopem as sarjetas;

– porque tapam as “vistas” da casa;

– porque os pássaros que aí fazem os ninhos lhes sujam os carros;

etc.

Por outro lado, as Câmaras adoram passar a ideia de que se preocupam com o bem-estar dos seus munícipes e tratam de arrasar as árvores, como se estas caíssem por serem altas. Acresce que estas podas mal executadas vão debilitar as árvores e, desse modo sim, torná-las mais susceptíveis a tombar em virtude de temporais.

Pedro Nuno Teixeira Santos, Covilhã

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