Arquivo

PSD critica «degradação» de antigas escolas primárias

Executivo da Câmara da Guarda recusou conceder lugar de estacionamento para campanha de Crespo de Carvalho

Os vereadores do PSD na Câmara da Guarda criticaram na reunião do executivo, realizada quinta-feira da semana passada, o estado de «degradação» de várias antigas escolas primárias espalhadas pelo concelho, assim como do velho edifício das piscinas municipais. As posições de maioria e oposição voltaram a divergir sobre um pedido feito pela candidatura de Crespo de Carvalho, candidato social-democrata à autarquia, de concessão de um lugar de estacionamento para a campanha.

No final de uma sessão em que não participou Lurdes Saavedra, Ana Manso salientou que em «deslocações» a «várias freguesias» os vereadores da oposição têm revelado «preocupação» pela «degradação física dos edifícios das escolas». «A atitude da Câmara devia ser positiva e de esforço conjunto com as próprias freguesias no sentido de as recuperar e devolver às freguesias», salientando que as escolas «podem ser propriedade da Câmara, mas estarem ao serviço das populações» e serem «utilizadas como espaços culturais ou qualquer outra finalidade em que a população as defenda e preserve». Sobre exemplos concretos, disse que «basta estar atento e percorrer o concelho» para ver «edifícios degradados ou com ar de abandono e é isso que queremos evitar», assegurou. De igual modo, o actual estado das antigas piscinas municipais motiva descontentamento na oposição, uma vez que essa zona «faz parte da cidade em termos de história e de cultura». «Há muita gente a passar por aquela zona e há um ar de abandono que nos envergonha a todos», frisando que «tínhamos um projecto de recuperação para aquela zona, mas até hoje nada foi feito», lamentou.

Sobre o pedido de concessão de um lugar de estacionamento no Largo da Misericórdia para a campanha da candidatura de Crespo de Carvalho, que a maioria resolveu rejeitar após ter pedido um parecer jurídico sobre a matéria, Ana Manso considerou que «há uma falta de espírito democrático por parte do executivo socialista» e que a cedência temporária do espaço «era uma atitude simpática e de respeito pelos cidadãos da Guarda e de todas as forças políticas». Na resposta, o vice-presidente do município explicou os motivos que levaram o executivo a rejeitar o pedido: «Nunca em nenhumas eleições até agora se verificou esta situação de cedência de lugares específicos para os partidos. Isso implicaria a redução dos espaços de estacionamento das pessoas e qualquer carro ou carrinha pode utilizar esse espaço público como utiliza qualquer cidadão».

Quanto aos antigos edifícios das escolas primárias, Virgílio Bento realçou que a prioridade da autarquia «é que esses equipamentos continuem ao serviço do público», adiantando que têm sido feitas cedências para «fins sociais, culturais e desportivos», sendo que «se a instituição desaparecer ou alterar o seu fim social para que foi cedido o edifício, ele reverte novamente para a posse da Câmara». Garantindo que «nunca houve alienação de património», mas sim «uma cedência temporária para um fim específico, o também vereador da Educação vinca que «só depois de não haver essa necessidade» é que as escolas «são colocadas à venda», frisando que o processo tem sido «muito claro», não compreendendo os reparos feitos pela oposição.

Nesta reunião foram ainda aprovadas, com os votos contra dos três vereadores do PSD, as propostas do município sobre a derrama, imposto municipal sobre imóveis e taxa de direitos de passagem para 2010, com números iguais aos do ano passado. Ana Manso fez uma declaração de voto, onde salientou que «devia haver uma discriminação positiva» no sentido de captar «investimento» porque, exemplificou, a anulação da derrama teria um «efeito psicológico» junto de potenciais investidores. Neste âmbito, Virgílio Bento defendeu que a aprovação foi uma «atitude sensata e realista», uma vez que a proposta votada foi «exactamente a mesma do ano anterior», salientando que «não estamos nas taxas máximas, nem queremos tão pouco aumentá-las na situação em que vivemos».

Biblioteca Municipal com mais de 56 mil visitantes no primeiro semestre

Desde que foi inaugurada, a 27 de Novembro de 2008, e até 30 de Junho deste ano, a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL) registou uma afluência de 56.349 pessoas que utilizaram ou frequentaram o espaço. Durante a reunião de Câmara, ficou a saber-se que o espaço de leitura reservado ao público adulto foi utilizado por 5.620 pessoas, enquanto que o de bebés, crianças e jovens até aos 14 anos teve 1.608 utilizadores. Números que Virgílio Bento considerou «importantes e significativos», dada a afluência registada, relembrando que este «equipamento importante» funciona em horário continuo até às 19 horas, estando igualmente aberto aos sábados à tarde. Segundo o vice-presidente da autarquia, o facto de ser um «equipamento de qualidade situado numa zona nobre da cidade», para além de ser um espaço «atractivo e que funciona muito bem», ajuda a explicar a afluência, adiantando que brevemente irá ser colocado on-line o site da Internet da BMEL. Outra novidade anunciada na reunião do executivo foi a alteração do modelo de disponibilização dos livros escolares aos alunos carenciados do concelho, uma vez que o montante em dinheiro que o município atribuía a cada família vai ser substituído por um “voucher” que obriga à troca efectiva pelos manuais. É que «tivemos alguma dificuldade em perceber se o subsídio que dávamos em dinheiro era aplicado depois na aquisição de livros e de material didáctico», daí a Câmara ter optado por um processo diferente. «Vamos dar aos encarregados de educação um “voucher” de 50 ou 40 euros dependendo do escalão para trocarem por aquisição, única e exclusivamente, de livros e do material nas livrarias da cidade», num processo que envolve cerca de 680 crianças e representa um investimento de 20 mil euros do município.

Ricardo Cordeiro Cedência de lugar no Largo da Misericórdia «implicaria a redução dos espaços de estacionamento»

PSD critica «degradação» de antigas escolas
        primárias

Sobre o autor

Leave a Reply