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PS vence coligação PSD/CDS-PP por 329 votos no distrito da Guarda

A subida meteórica do MPT, que se tornou a terceira força política mais votada, a elevada abstenção (67,1 por cento) e a queda a pique do Bloco de Esquerda foram os factos mais relevantes das eleições europeias.

O PS venceu as europeias no distrito da Guarda mas por apenas 329 votos de diferença sobre a coligação PSD/CDS-PP. Os socialistas obtiveram 19.508 votos (35,73 por cento) e os partidos da direita, juntos na Aliança Portugal, conseguiram 19.179 (35,13 por cento). Já a abstenção rondou os 67,10 por cento – um dos valores mais altos do país –, tendo votado 54.593 dos 165.960 inscritos.

A grande surpresa destas eleições foi protagonizada pelo MPT, que se tornou na terceira força política mais votada no distrito com 3.223 sufrágios (5,90 por cento). O Movimento do Partido da Terra candidatou o antigo bastonário dos advogados Marinho Pinto e teve uma subida meteórica nas urnas, passando do oitavo lugar em 2009 para o terceiro em 2014. Há cinco anos esta posição tinha sido ocupada pelo Bloco de Esquerda, que desta vez não foi além dos 1.595 votos (2,92 por cento) – em 2009, o BE teve 7,91 por cento e 5.001 votos. Também a CDU perdeu votos, mas apenas 260 em relação a 2009, ficando-se desta vez pelos 2.962 sufrágios (5,43 por cento). Um score que coloca a Coligação Democrática Unitária atrás do MPT. O MRPP alcançou 1,29 por cento e 703 votos, mais 18 que nas eleições de há cinco anos, e foi a sexta força política mais votada no distrito da Guarda. Por concelhos, o PS venceu em nove municípios (Aguiar da Beira, Celorico, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Manteigas, Seia, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa) e a coligação da direita nos restantes cinco (Almeida, Gouveia, Mêda, Pinhel e Sabugal).

Para o recém eleito presidente da Distrital do PSD, os resultados de domingo revelam duas evidências. «A primeira é que o PS teve uma votação frouxa, pífia e amarga. Não logrou mais que um empate técnico com a Aliança Portugal e nem sequer foi capaz de igualar o também inexpressivo resultado do PS a nível nacional», constata Carlos Peixoto, para quem este prestação socialista «acaba quase por transformar o resultado final num triunfo» da coligação de direita. «O PS não tem razões para exultações ou para triunfalismos, tanto assim que a excitação e a euforia do seu líder no dia das eleições – estranhamente partilhada pelo PS/Guarda –, já está a ser posta em causa por várias fações no próprio PS», acrescentou o líder social-democrata. Para Carlos Peixoto, perante estes resultados, o PSD está «em plenas condições de ganhar as próximas eleições legislativas», pois os eleitores, «ainda que desgastados com os sacrifícios que lhes têm sido impostos, deram um sinal de que mantêm bem viva na sua memória a certeza de que foi o PS quem nos trouxe para esta situação de emergência».

Já o líder da Federação Distrital do PS destaca a vitória em nove dos 14 concelhos do distrito para sublinhar que o partido obteve um resultado «bastante importante, pois conseguiu ficar acima da média nacional». José Albano Marques refere as vitórias em concelhos tradicionalmente de direita, «onde nunca o PS ganhou qualquer eleição de âmbito nacional», e elogia o trabalho das estruturas locais. «Vencer na quase totalidade dos concelhos onde os municípios são governados pelo PS e também em alguns concelhos do PSD demonstra a maturidade dos eleitores, sendo os resultados obtidos o espelho de que, afinal, no distrito da Guarda há muitas pessoas que votaram na “Mudança”!», afirma o presidente da distrital socialista, que também destaca a vitória conseguida na Guarda «após termos perdido a Câmara Municipal para o PSD há pouco mais de seis meses».

PS vence folgadamente na Cova da Beira

No distrito de Castelo Branco, o PS venceu folgadamente com 39,80 por cento dos votos, enquanto a coligação Aliança Portugal (PSD/CDS-PP) ficou-se pelos 26,41 por cento. Os socialistas ganharam em Belmonte (46,4 por cento), na Covilhã (40,8) e no Fundão (40,4). A CDU foi a terceira força mais votada nos dois primeiros municípios e passou para o quarto lugar no Fundão, com troca com o MPT. Tal como na Guarda, também aqui o Bloco de Esquerda caiu a pique. Já a abstenção neste distrito foi de 65,08 por cento.

Luis Martins Distrito da Guarda - fonte CNE

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