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Presidente de Foz Côa descontente com centralização das AIBT’s

Sotero Ribeiro teme que a extinção das instalações da AIBT Côa prejudique as gravuras rupestres

A centralização das instalações das Acções Integradas de Base Territorial (AIBT) do Côa em Coimbra está a causar grandes dissabores ao autarca de Vila Nova de Foz Côa e já levou Sotero Ribeiro a manifestar a Durão Barroso, ao ministro adjunto do Primeiro-Ministro, José Luís Arnaut, ao ministro da Cultura, Pedro Roseta, ao ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente (MCOTA), Amílcar Theias e ao presidente da Comissão de Coordenação e do Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro o repúdio público pela decisão tomada por este organismo.

O autarca fozcoense escreveu uma carta àqueles responsáveis para esclarecer alguns pontos sobre o funcionamento das instalações e para alertar para os prejuízos que essa medida representa para todos os municípios agregados. É que, para o edil, esta decisão é uma «profunda machadada em todo o processo iniciado em 1996» – o abandono da construção da barragem para preservar as gravuras rupestres ali encontradas -, ainda para mais quando as gravuras rupestres não deram «os frutos que a todos nós foi prometido, como que o “Eldorado” para o Vale do Côa», refere, adiantando que os dez autarcas da AIBT do Côa depositavam «grandes esperanças de atribuições de fundos e projectos» resultantes de candidaturas à segunda metade deste III QCA. Preocupações que aumentam ainda mais pelo facto de Sotero Ribeiro ter tido a «noção» na reunião da Comissão de Acompanhamento do Programa Operacional do Centro da «clara extinção» da AIBT no próximo quadro de apoio. «O que fazer se não se der até 2007 a execução do Museu do Parque Arqueológico?», questiona, uma vez que essa estrutura é um dos «imperativos impostos pela UNESCO» para classificar as gravuras rupestres como Património Mundial.

Apesar de «lamentar a redução do emprego» com a extinção da estrutura no Côa, Lemos dos Santos, coordenador da AIBT Serra da Estrela, encara como positiva a reestruturação das AIBT’s no sentido de «reduzir custos» e assim aproveitar as disponibilidades financeiras na fase final do III QCA. No entanto, rejeita o fim dos programas de apoio. «Antes pelo contrário, os relatórios de avaliação apontam as acções centralizadas como um acto de gestão correcta e, portanto, há a indicação de que vão continuar as acções integradas», assegura. Todavia, apela para que haja um «reforço» para a base territorial da Serra da Estrela. Mas para Sotero Ribeiro, a existência de duas técnicas e um coordenador nas instalações da AIBT Côa «não põem em causa a segunda metade de funcionamento do QCA da região Centro», tanto mais que os custos das instalações são suportadas pelo Ministério da Cultura, por aí estar a trabalhar o Parque Arqueológico e o Centro Nacional de Arte Rupestre (CNART).

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