Fornos de Algodres recebeu no passado fim-de-semana o Fornos Biodiversity Festival, que abordou a temática do património natural, cultural e arqueológico do concelho, «que tem uma variedade muito grande na flora e na fauna», disse Menauel Fonseca, Presidente da Câmara de Fornos de Algodres.
Esta foi a forma encontrada para «apontar alguns caminhos para a valorização do nosso património». Do programa faziam parte vários seminários, com principal destaque para “Geoparques mundiais na UNESCO: estratégias territoriais de valorização do património e da biodiversidade”, lembrando que o município integra a candidatura do Geopark Estrela à UNESCO. O presidente da Câmara de Vouzela também esteve presente na sessão “Parque Natural Local Vouga Caramulo-Vouzela – Modelo de Gestão”, onde falou sobre a criação do parque natural naqueles concelho e apontou «alguns caminhos que nos permitem a nós fazer outro tipo de trabalho daquele que devíamos ter feito e não fizemos», refere o autarca de Fornos.
Para Manuel Fonseca não basta «trabalhar o ambiente por trabalhar, Fornos tem um potencial enorme em termos económicos, no sentido em que se nós criarmos as condições para que o nosso ambiente seja resguardado e o nosso património valorizado para que possam ser visitados e criarem riqueza». O exemplo de Vouzela será um exemplo a seguir para o edil, pois «tendo uma área bastante grande de floresta, conseguiu criar um parque no seu concelho, que é associado a uma série de outras iniciativas».
Em Fornos de Algodres a mata da Serra da Esgalhada «precisa de algum tipo de intervenção», reconhece o presidente da Câmara, mas considera que «é um trabalho que também é possível fazer em Fornos» e torná-lo «um ponto de referência e visitação». Manuel Fonseca não quer dar um passo maior que a perna e por isso não diz que vai ser criado um parque natural, mas abre a possibilidade de «replicar» algumas das experiências relatadas pelo presidente de Vouzela. O município tem ainda um longo trabalho pela frente se quer potenciar o território. Manuel Fonseca reconhece que «há um trabalho ciclópico a fazer para que este concelho possa potenciar a serra». Alguns dos problemas apontados são as árvores doentes, a falta de catalogação das mesma e os incêndios que tem afetado o concelho. No entanto, «o tempo das indústrias já lá vai, o que importa neste momento é valorizar e potenciar tudo de bom que existe no concelho» reitera Manuel Fonseca. Para que tal seja possível é preciso olhar para o Mondego, que «tem uma importância fundamental, mas tem de ser valorizado do ponto de vista turístico e de visitas».
Com o objetivo de dinamizar ainda mais o festival da biodiversidade, a autarquia apostou também no Landart. Um experiência que o edil considera «muito engraçada», onde participaram algumas crianças das escolas do concelho e que permitiu «sensibilizar os jovens para esta temática». A aposta na «arte na paisagem pode ser uma das apostas para divulgar e diferenciar Fornos de Algodres», assumiu.
No final o balanço é positivo e não deixa dúvidas ao autarca que este «foi um fim-de-semana que marcou Fornos». O projecto, realizado no âmbito do Provere das Aldeias de Montanha, poderá voltar caso Manuel Fonseca seja reeleito, pois «tem potencial para crescer» e o «património arqueológico tem que ser valorizado e potenciado de maneira a que mais gente nos visite» e esse será também «o foco no próximo mandato». Depois de «quatro anos muito difíceis», que passaram pela renegociação da dívida e a tentativa de criar folgas financeiras, «neste momento temos um plano financeiro que nos permite ter outro tipo de atividades que não era possível nos últimos anos e é isso que vamos fazer», garantido que «depois de arrumar a casa, os próximos quatro anos serão para fazer mais actividades».