No último trimestre do ano passado, as famílias portuguesas mantiveram as despesas com alimentação relativamente ao mesmo período de 2010. Contudo, de acordo com dados revelados na última terça-feira pelo portal “Conhecer a Crise”, o leite, o marisco e o bacalhau sofreram reduções consideráveis.
O projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, apresentado em Lisboa, indica que o volume de leite adquirido pelos consumidores baixou 4,5% nos últimos três meses do ano passado, período em que as despesas com alimentação sofreram um aumento de 0,8%. A maior quebra aconteceu com o marisco (5,8%), mas até o bacalhau desceu nas opções de compra, ao registar um crescimento de 1,4%, quando no mesmo trimestre de 2010 a variação homóloga registara uma subida de 11,3%. O consumo de carne também aumentou 4,8%, com destaque para o porco (9,1%) e as aves (6,5%). Já o bovino manteve quase os mesmos valores do 4.º trimestre de 2010, ao subir apenas 0,8%.
Nas bebidas, o decréscimo no consumo no último trimestre de 2011 foi de um por cento, com descidas em todos os grupos menos na água engarrafada, que subiu 3,4%. O vinho sofreu a maior descida (6,6%), seguido da cerveja (3,3%) e dos refrigerantes (3,1 por cento). Quanto às aquisições de roupa e calçado, os dados mais recentes referem-se ao mês passado e a aquisições feitas com cartões eletrónicos que registaram uma quebra de 9,7%, em variação homóloga (fevereiro 2011): a roupa vendeu-se menos 9,5% e os sapatos menos 11%. Mas onde ocorreu a maior retração quando as famílias foram às compras, foi nos bens duradouros, entre os quais se incluem automóveis, computadores, máquinas fotográficas, televisores e outros eletrodomésticos, com uma queda de 31,8% no 4.º trimestre de 2011, em comparação com igual período de 2010. No caso das viaturas, os dados são mensais e precisam que as quebras foram de 60% em dezembro passado, 47,5% em janeiro e 48,4% em fevereiro, quando comparados com os mesmos meses do ano anterior.