Protagonista de uma das maiores surpresas nas autárquicas de 2005, quando reconquistou para o PS a liderança do município de Celorico da Beira que tinha perdido para o MPT – Partido da Terra de Júlio Santos, José Monteiro está confiante que os eleitores lhe vão dar um terceiro mandato. O seu maior opositor é o professor Manuel Portugal, que concorre pela coligação PSD/CDS-PP. Como “outsiders” surgem José Pedro Branquinho, pela CDU, e António Andrade, pelo Partido Trabalhista Português.
José Monteiro, conhecido em Celorico por “Zezé”, recandidata-se para «dar continuidade a um projeto iniciado em 2005», dizendo que «a confiança» que os celoricenses nele depositaram nestes oito anos a tal o obriga. O autarca garante que tem as «melhores» expetativas quanto aos resultados, atendendo à «obra feita e à auscultação de todos os celoricenses», sendo que «a força e o incentivo manifestado pelas pessoas são indicadores dos resultados que nos propomos alcançar». Para o futuro, o candidato considera que Celorico da Beira «não necessita de grandes promessas, mas sim de compromissos sérios» que quer «assumir» e que passam pela aposta no emprego, empreendedorismo, ação social, educação, saúde e turismo. «Serão as áreas das quais não abdicarei na gestão do município no próximo mandato, tal como tenho feito até hoje», reforça José Monteiro.
O seu principal adversário é Manuel Portugal, diretor do Agrupamento de Escolas local. O candidato decidiu avançar «a pedido de muitos celoricenses que estão muito descontentes com o estado de degradação do concelho». Na sua opinião, o atual executivo municipal «não tem conduzido o concelho pelos caminhos do progresso, tendo vindo a comprometer constantemente o desenvolvimento e o crescimento económico». O professor diz ter expectativas «muito animadoras», porque «a vontade de mudança é grande», e pretende «acabar com um concelho fantasma, parado, onde nada acontece». Manuel Portugal, ex-eleito do PS na Assembleia Municipal, acrescenta que lidera uma candidatura «abrangente, transversal e inclusiva», que «vai para além dos partidos». Caso seja eleito, o cabeça-de-lista pretende «criar um conjunto de dinâmicas em todas as áreas, desde a agricultura à indústria, passando pelo comércio, educação, ação social e outras, por forma a garantir a cada celoricense a sua própria sustentabilidade».
O professor pretende mudar «muita coisa, mas, sobretudo, a forma de gestão» para que Celorico da Beira «venha a ter um presidente com capacidade de decisão e de honrar os compromissos assumidos».
Natural e residente em Vila Nova de Foz Côa, o dirigente sindical José Pedro Branquinho é o candidato da CDU, que aceitou o convite tendo em conta «o projeto autárquico» da coligação que consiste em «trabalho, honestidade e competência ao serviço dos cidadãos». O cabeça-de-lista quer fazer uma campanha de «contactos pessoais para esclarecimento do nosso projeto para a autarquia», sustentando que um «bom resultado» será aumentar o número de votos e eleger representantes nos órgãos autárquicos. O guia do Parque Arqueológico do Vale do Côa propõe «defender a água pública para todos, a escola pública, o serviço nacional de saúde para todos, promover os mercados locais, a agricultura familiar e dinamizar as associações», bem como «defender a descriminação positiva em sede de IRS para as empresas localizadas no concelho».
Pelo PTP avança António Andrade, natural de Celorico, mas a residir no concelho do Seixal há vários anos. O candidato espera que o resultado eleitoral «recaia na verdade e honestidade para as populações», com especial destaque para «o bem estar de todas as classes, mas principalmente das que ultimamente mais têm sofrido com a crise e a falta de emprego». Contudo, um bom resultado seria eleger «pelo menos» um vereador. O aposentado quer «estar sempre junto das populações, inteirar-me dos reais problemas que as afeta e, dentro do que me for possível, tentar resolver ou evitar sempre maiores danos».
Perfil dos candidatos
José Monteiro (PS), 55 anos, engenheiro técnico civil
«O contacto diário com a população permite-me acreditar num excelente resultado»
Manuel Portugal (PSD-CDS/PP), 55 anos, professor
«Quem me conhece, sabe que sou um homem de ação, não conheço o medo nem me preocupa o trabalho»
José Pedro Branquinho (CDU), 48 anos, guia no Parque Arqueológico do Vale do Côa
«Quero combater a desertificação e promover o estabelecimento de uma ponte entre a Serra da Estrela e o Alto Douro Vinhateiro»
António Andrade (PTP), 60 anos, aposentado da área das telecomunicações
«Nunca deixei de me preocupar com os progressos e “desprogressos” do concelho onde nasci e fui criado»
Ricardo Cordeiro 
