Na Guia há vários lugares de encanto, todos de comer frango acompanhado de almofadinhas de óleo a que chamam batata frita. Aquilo é todo um orgasmo do colesterol. É ver barrigas grandes, braços flácidos e bochechas coradas. Todo o mundo a dar com os dentes nos frangos que vêm com molho gordo acrescido de pimenta e algum piripiri. Chama a cerveja que frango é petisco para ser regado. São milhares de lugares cheios, com gente que vem de todo o lado e vai comendo à vez. A enchente é total. O que me admirou foram as pequenas doses. A família frango é a mesma na Beira que no Algarve, mas na Guia, o frango delicioso custa 15 euros. Fiquei espantado porque no Pompeu como três pelo valor deste e sabe igualmente bem. O frango da Guia é parente da Lagosta e o do Ramirez é seguramente gémeo da ostra e do caviar. A Mealhada do frango mete a unha nos preços, tal como a Mealhada especula no leitão. Afinal o que falta à Guarda é uma aldeia do cabrito ou uma aldeia do borrego. O português não vai a museus, não compra jornal, não gosta de cinema, mas adora comer. Há que incentivar mais restaurantes como o magnífico “Escorropich’Ana” ou solares do queijo. O povo tem fome e gasta no que tenha muito triglicerídeo e colesterol.
Por: Diogo Cabrita
