Só nesta semana, o Centro de Emprego e Formação Profissional da Guarda deverá registar tantos novos inscritos quanto costuma receber num mês. Tudo porque a grande maioria dos 315 trabalhadores despedidos da Delphi da Guarda a 31 de Dezembro foi inscrever-se à procura de um novo posto de trabalho.
De resto, estava previsto para ontem o pagamento das primeiras verbas do subsídio de desemprego a 90 antigos funcionários da fábrica da Guarda-Gare cujos processos foram «deferidos», indicou a O INTERIOR, a directora-adjunta do Centro de Segurança Social da Guarda. Em relação ao montante global a despender mensalmente só para estes trabalhadores, Rita Mendes explica que «ainda não há noção» desse valor, havendo necessidade de se «abordar o período contributivo, idade e tempo de trabalho na Delphi» de cada trabalhador. O corropio de funcionários no Centro de Emprego foi enorme nos primeiros dias desta semana e só na última segunda-feira inscreveram-se «cerca de 150 pessoas», indicou o seu director. Os ex-operários chegaram a formar filas no sector de atendimento, que foi reforçado para fazer face à elevada procura, e Armando Reis prevê que «só nesta semana vamos ter quase tantos inscritos como costumamos ter num mês».
O responsável constata que, durante esta semana, o número de inscritos – que no final de Dezembro rondava os 2.900 -, «vai disparar», até porque «a maior parte dos desempregados da Delphi vem para a Guarda», havendo uma minoria que se vai inscrever nos Centros de Emprego de Pinhel e da Covilhã. Sobre possíveis alternativas para os funcionários que ficaram sem emprego, Armando Reis sublinha que «o papel do Centro de Emprego é o mesmo para todos os desempregados», procurando apresentar a quem está inscrito «as nossas medidas de emprego e de formação». Neste caso, a «formação profissional é vital», até porque a maioria dos funcionários agora desempregados desempenhava funções de «operadores de cablagens e não têm experiência noutras funções». Terão, por isso, que «se qualificar», uma vez que «se as pessoas não se qualificarem, vai ser muito mais difícil arranjarem emprego», sendo que a qualificação «é importante para abrir outras portas e outras janelas de oportunidades».
Ricardo Cordeiro