Pagaram-te mais de 16 mil euros por mês, chamaram-te chefe, nomearam-te como um tipo poderoso, deste e tiraste emprego. Oh Henrique, todos queriam ser como tu! Tu, Henrique, tinhas a decisão na mão, tu dizias como e outros executavam. Oh Henrique, tens mesmo de explicar o que fizeste aos 200 milhões que deste à Rioforte e não eram teus, eram nossos, e explicar como um chefe não sabe quem deu mais 700 milhões à mesma Rioforte! Henrique, tu não és Deus. Henrique, tu aqui fazes e não tens de pagar no céu e esperar por ele a receber milhões. Tu tens de te explicar e nós, estes plebeus, queremos ouvir. Nós, estes tristes labregos, queremos perceber que direitos tens tu que não temos nós. Os labregos querem perceber como se chega ao teu lugar, ganhar o que te dão e poder sair de lá cometendo erros de palmatória e não ser julgado. Oh Henrique tem dó! Nós somos assim, pequenos tontos a quem os números envolvidos são maiores que o euromilhões. Para nós, tu perdeste seis vezes mais que o maior prémio do euromilhões. São ordens de grandeza que não conhecíamos. Novecentos milhões é próximo de um bilião e não sei quantos sacos de notas de 20 euros isso dá. Oh Henrique, o raio que te parta se julgas que não deves explicações! Clarificar, demonstrar, explicar, com tabuadas simples. Nós, os portugueses que te pediram emprego, os que tiveram e os que foram recusados, nós, esses todos, queremos saber como se pode perder 900 milhões de euros. Estamos com dificuldades, temos problemas sérios de finanças em casa, contamos cêntimos e euros. É petulância saber que te pagam milhares de euros como prémio de um desastre financeiro que não queres pagar. Há os Gamadeiros que roubam quantias incalculáveis, mas tu és o Henrique, o que conhecíamos por chefe. Tu não és o Ali Babá, és só o máximo da incompetência no cimo da pirâmide e temos de te tirar as benesses, tens de nos ajudar a pagar este calote e tens de perceber que és um simples mortal, que não estás acima da lei, nem tens direito ao silêncio. Tu deves explicações e muitos milhões!
Por: Diogo Cabrita
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