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Obras dos três parques eólicos de Penamacor já começaram

Trabalhos avançaram quase em simultâneo, mas o empreendimento só deverá estar a funcionar em finais de 2007

A Tecneira – Tecnologias Energéticas, já arrancou com as obras dos três parques eólicos de Penamacor, que acolherão os cerca de 30 aerogeradores para produzir energia limpa através do vento. As obras na zona de Santa Marta e Meimão (Santo André e Charrinho) começaram quase em «simultâneo», de forma a antecipar o máximo de obra possível durante este tempo seco.

António Cabanas, vice-presidente da autarquia, estima que a antecipação das obras nos três parques irá encurtar em cerca de «três meses» a conclusão dos empreedimentos, prevendo mesmo o seu funcionamento já no próximo ano. Ainda para mais quando a empresa responsável pelo projecto «já conseguiu obter o fornecimento dos aerogeradores» a instalar nas cotas mais elevadas das freguesias de Penamacor, Meimoa e Benquerença. Estes são ainda «mais potentes» que os previstos inicialmente, pelo que deverá haver uma redução do número de torres a instalar no Parque de Santa Marta, revela o autarca. Além disso, a construção da subestação de Benquerença – que permitirá levar a energia até à localidade de Ferro, na Covilhã, através de uma linha de alta tensão de 220 MW de potência – encontra-se em «velocidade cruzeiro». Apesar do início das obras, a Tecneira não acredita que os parques já possam estar a funcionar no próximo ano. Segundo apurou “O Interior”, o complexo eólico não deverá produzir energia em pleno antes do fim de 2007, mesmo que alguns dos parques estejam concluídos ainda no próximo ano, por estar dependente de factores externos à sua construção, como a ligação à Rede Eléctrica Nacional.

Para já, a única garantia é a de que a subestação de Benquerença estará concluída nos primeiros meses do próximo ano. Seja como for, dentro de dois anos, o parque eólico de Penamacor estará em condições de fornecer energia suficiente para os concelhos vizinhos e de reforçar a infraestrutura eléctrica da região. O investimento situa-se entre os 85 e os 120 milhões de euros e, uma vez construído, estima-se uma facturação anual de cerca de 13 milhões de euros. A exploração do parque será feita pela Tecneira durante um período de 20 anos, sendo que o município beneficiará de uma renda mensal de 2,5 por cento sobre a factura de energia vendida à REN durante esse tempo. Com este investimento prevê-se chegar a uma potência de 200 MW ou mais, devido aos projectos de energia termosolar e hidroeléctrica com que a autarquia pretende avançar em breve no concelho. O primeiro já foi entregue na Direcção-Geral de Energia, esperando apenas pela conclusão do reforço da linha de Alta Tensão entre a Guarda e Castelo Branco, que só estará pronta em 2007. Já o segundo encontra-se a aguardar há um ano pelo parecer da CCDR do Centro. Mas António Cabanas garante que a autarquia não irá «largar este projecto da mão», contando já com a colaboração da vizinha Câmara do Sabugal.

Liliana Correia

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