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Obras do PolisCovilhã poderão ser passadas para depois de 2006

Reprogramação financeira do Programa Polis feita por Arlindo Cunha pressupõe que a Covilhã e mais 12 cidades passem para o próximo QCA

Á semelhança do que pode acontecer em 12 cidades Polis, também os projectos da PolisCovilhã poderão passar para o próximo Quadro Comunitário de Apoio, ou seja, para depois de 2006, no âmbito da reprogramação financeira deixada pronta pelo anterior ministro das Cidades, Arlindo Cunha, e que está agora a ser analisada por José Luís Arnaut.

Arlindo Cunha previa que um montante de 118,3 milhões de euros destinados aos Projectos Polis de 13 cidades fosse financiado pelo IV QCA, remetendo para depois de 2006 os projectos Polis de Chaves, Vila Real, Viana do Castelo, Vila do Conde, Gaia, Gondomar, Aveiro, Viseu, Guarda, Covilhã, Coimbra, Leiria e Caparica. Nos restantes casos, verificaram-se ligeiros reajustamentos dos valores ou a simples manutenção dos montantes inicialmente previstos. Um reajustamento que começou, aliás, a ser feito por Amílcar Theias face aos constantes atrasos de alguns projectos, mas que apenas Arlindo Cunha concluiu. Na Covilhã, e apesar das inúmeras tentativas, não foi possível obter a reacção do administrador executivo da Polis Covilhã sobre a eventualidade de ver alguns dos projectos para lançar até 2005 relegados para 2007 ou mais. Já o presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, não quis falar sobre o assunto.

No entanto, as obras do Programa Polis têm estado a andar “a todo o gás” para que a partir do próximo ano sejam visíveis melhorias na qualidade de vida dos cidadãos. Mais espaços verdes, mais jardins e melhores vias de acesso, que permitem uma deslocação entre a zona norte e sul da cidade sem os acentuados declives, serão as grandes alterações do PolisCovilhã que se farão sentir já no próximo ano com a conclusão do Jardim do Lago e da Ponte e Rotunda do Rato (actualmente ambas em construção), bem como a construção do Jardim da Goldra e do Jardim Mártir-in-colo. Neste último, está-se já a proceder à fase de análise das propostas, bem como o Jardim do Rodrigo. Já o Parque da Goldra, que seguiu conjuntamente com a candidatura para a Avenida de Biribau, continua com o prazo para receber propostas até ao final deste mês. De parte, parecem ter ficado as escadas mecânicas de Santo André face à ausência de dotação financeira, continuando ainda incertas as Pontes Pedonais previstas para atravessar os vales das Ribeiras da Goldra e da Carpinteira.

Apesar do silêncio do autarca e de João Esgalhado, Joaquim Matias, presidente da comissão política do PSD da Covilhã, já veio a público dizer que tudo não passa de uma «falsa questão», depois de ter sido confrontado, na última segunda-feira, sobre a eventualidade das obras Polis passarem para depois de 2006. Já o vereador socialista na Câmara da Covilhã, Miguel Nascimento, reagiu de imediato e em nota enviada à comunicação social acusou o Governo de ter uma «discriminação negativa para com a Covilhã», para quem este Governo liderado por Santana Lopes apenas continua a linha de «abandono» e de «pouco interesse em relação aos problemas que afectam a Covilhã». O vereador socialista acusa ainda o Governo de se render à encenação mediática para poder resolver os problemas, ao invés de os resolver em pé de igualdade e de acordo com matrizes objectivas como a capacidade de financiamento, taxas de execução e coesão territorial, e de não «reconhecer o esforço financeiro realizado pela autarquia», que recorreu recentemente a um empréstimo de cerca de dois milhões de euros para financiar as obras Polis.

Liliana Correia

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