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Ana Manso contra «protagonismos e vaidades»

Líder do PSD da Guarda foi reeleita no domingo para terceiro mandato

«Em democracia, mandam as maiorias». A sentença é de Ana Manso, reeleita domingo na presidência da distrital da Guarda do PSD, tendo em conta a «enorme adesão» que a sua recandidatura, numa lista única, parece ter suscitado. «Mais de 70 por cento dos votantes no distrito e na Guarda votaram em nós, acho que é a melhor resposta aos chamados contestatários. Este resultado demonstra claramente que estamos no caminho certo», garante a líder do PSD, que, com este terceiro mandato, está prestes a tornar-se num dos mais duradouros dirigentes partidários do distrito. Contudo, até à hora do fecho desta edição, ainda não tinham sido divulgados os dados oficiais do escrutínio.

Uma coisa é certa, a sede do PSD voltou a viver as enchentes de antigamente após o fecho das urnas e, a dada altura, o espaço foi visivelmente pequeno para os apoiantes da presidente da distrital, em funções desde o ano 2000. Num discurso de circunstância, Ana Manso agradeceu a «mobilização das bases» e enalteceu o «reforço da coesão interna» em torno da sua liderança, enquanto anunciou como próximo objectivo uma «vitória expressiva» do PSD nos actos eleitorais que avizinham. Mas a estratégia fica para mais tarde. Os contestatários também não foram esquecidos: «Para nós, a política não é um pretexto para exercitar protagonismos ou estimular vaidades», avisou a líder, antes de prometer que na nova distrital saída das urnas «todos, sem excepção, têm lugar, mesmo aqueles que por quaisquer razões divergem da nossa estratégia». E ponto final. Confrontada pelos jornalistas, Ana Manso foi mais cáustica e refutou as críticas dos opositores [Álvaro Amaro e Júlio Sarmento à cabeça], dizendo que a sua eleição é demonstrativa de que a distrital está «a trabalhar no bom caminho» e da «grande união» que existe em torno da sua liderança.

E refuta mesmo a ideia de se ter recusado ao diálogo por não ter participado no encontro de militantes social-democratas de Celorico da Beira quinze dias antes das eleições, sublinhando que os seus promotores agiram à margem dos estatutos do partido. «Estive sempre disponível para o debate no sítio próprio, nos órgãos institucionais e com qualquer militante, aliás, o presidente da Assembleia Distrital, órgão máximo do partido no distrito, disponibilizou-se sempre para convocar uma reunião», garante, acrescentando nunca ter faltado a nenhum plenário concelhio ou reunião da assembleia. «Não posso permitir, ou alinhar, em divisões de militantes. Isto é, consentir que alguns militantes escolham apenas alguns militantes para reflectirem e debaterem ideias. Todos têm o mesmo espaço nos órgãos do partido. É nessa base que trabalho e não pactuo com “faits-divers” ou jogos que apenas pretendem destruir em vez de construir», garante Ana Manso, que anunciou que a escolha dos candidatos às próximas autárquicas será feita conjuntamente com os presidentes de Câmara e as respectivas concelhias. «Todos sem excepção», reforça, classificando a contestação das últimas semanas como resultante de «questões acessórias e momentâneas que surgem muitas vezes no calor da pressão eleitoral e que podemos ultrapassar».

Fernando Andrade, autarca de Aguiar da Beira, e Gustavo Duarte, vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, são os vice-presidentes da distrital, enquanto João Mourato (Mêda) continua na presidência da Assembleia Distrital, coadjuvado por Fernando Beco (Seia), António Edmundo (Figueira) e José Quaresma Pinheiro. José Miranda (Fornos de Algodres) é o presidente do Conselho de Jurisdição.

Luis Martins

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