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O TMG não tem os dias contados

Titula o jornal O INTERIOR na sua última edição, em grande destaque na primeira página: “TMG com os dias contados”.

Ter os dias contados significa, em Portugal, que algo vai acabar, vai terminar, vai fechar. Ora, perante este “título jornalístico”, que tantas dúvidas suscitou aos leitores, a Câmara Municipal da Guarda esclarece que o TMG não tem os dias contados, enquanto equipamento cultural que assegura o serviço público de programação regular à comunidade.

O TMG não vai fechar. Muito pelo contrário, o município da Guarda reafirma a sua aposta nesta estrutura de programação e criação cultural cada vez mais plural e fruída, como provam os últimos números. Só entre maio e junho, em igual período de 2015 e 2016, o TMG mais do que duplicou espetadores/participantes nas suas atividades culturais, artísticas e educativas. Em quase 9 mil pessoas, em pouco mais de mês e meio, passaram por cá centenas de crianças. (…)

Por isso, este título conduz a uma mentira que importa negar.

É um título enganador, alarmante e infeliz.

Enganador porque, de imediato, leva os leitores a concluir que o Teatro Municipal da Guarda vai fechar. E a verdade é que não vai.

Alarmante, desde logo, para os funcionários que pensaram num cenário de despedimento e instabilidade. Tudo ao contrário do que este município fez e está a fazer, quer em defesa da permanência e melhoria do serviço público cultural quer da continuidade de todos os funcionários.

Um título infeliz, em termos jornalísticos, pois confunde os leitores entre o objeto da notícia, o que está realmente em causa, e o que o jornal quer fazer parecer. O TMG não tem os dias contados.

(…) O que está em causa, isso sim, é um processo democrático, de abertura ao contributo cooperativo de instituições e agentes culturais, no sentido de se analisar os prós e contras da possível constituição de uma régie cooperativa. Ou seja, ao contrário do que insinua o título da capa do jornal, nada está decidido.

Bem pelo contrário. Quis e quer este executivo estimular o debate e envolver todos quantos querem participar.

Não será o caminho correto?

Notícias destas – puramente falsas – é que não contribuem, em nada, para a dimensão nacional que continuamos a desejar para o TMG e para a Guarda.

Pena é que não se queira contribuir para uma dimensão maior da estratégia cultural e se prefira o desgaste pela mentira.

É mesmo pena!!!

(…)

O projeto está aí, a sua execução depende da vontade de todos. Nós não impomos, dialogamos.

Somos adeptos de uma sociedade democrática e esclarecida. E consideramos, para o efeito, imprescindível o papel do jornalismo. Por isso, graças à fundamental conquista das liberdades de imprensa e de expressão, cumpre-lhe a tarefa de um exercício eticamente responsável na difusão do rigor e da verdade.

Os leitores assim o exigem.

O executivo da Câmara Municipal da Guarda, carta recebida por email

Nota da redação: O INTERIOR nunca escreveu que o TMG vai acabar, apenas que “tem os dias contados” porque, como se lê no postítulo da primeira página em causa, «o Teatro Municipal da Guarda deverá dar lugar ao Teatro da Guarda (TdG). A mudança está a ser preparada pela Câmara, instituições públicas e privadas, bem como coletividades do concelho, com vista à criação de uma régie cooperativa para gerir o complexo cultural da cidade».

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