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O PSD de PPC

Agora Digo Eu

De todas as grandes descobertas e invenções da Humanidade o destaque vai para duas. A primeira foi a revolucionária roda, enquanto a segunda, sem qualquer género de dúvidas, vai para o indiscutível algodão. O tal que não engana.

Numa berraria louca, pouco inteligente desbobinando um sem número de impropérios, o líder da oposição mete constantemente o pé na argola, disparando em todas as direções, acusando tudo e todos de coisas e loisas, sem que para isso tenha conhecimento ou confirmação de factos. Tem sido assim e assim continuou em Pedrogão Grande e no debate quinzenal da passada semana na Assembleia da República.

Neste triste espetáculo, onde a ética desaparece e a desgraça serve como arma de arremesso político, Pedro Passos Coelho (PPC), calculista quanto baste, de peito feito e discurso inflamado, de quem não soube aceitar a maioria parlamentar de esquerda e animado pela obra feita (baixos salários, cortes nas pensões, desemprego, emigração de jovens, falências sucessivas, aumento de impostos, privatizações, tentativas de destruição do Estado social etc. etc.) tudo isto de rodilhas, prostrado aos pés dos proxenetas da troika, numa subserviência canina aos donos da Europa, aposta agora num discurso chico-esperto, algo saloio e de exploração de memória curta, qual último dos moicanos, de quem não sabe sair e tem ainda resquícios sebastianistas de chegar ao poder, mesmo percebendo que está na presença de um político inteligente e capaz como é António Costa.

A política comporta obrigações, condutas, riscos e regras. Quem lidera tem obrigação de saber pesar todos os pressupostos. De ter os pés assentes na terra. De transmitir confiança. De retirar da sua conduta qualquer prática que possa induzir à suspeita ou à desconfiança.

Nesta crónica do passado, onde a razão dialética se opõe à razão constituída, o PSD vai indubitavelmente ter de assumir o passado criando estratégia e credibilidade para o futuro, pois se o não fizer fica estacionado na indefinição da encruzilhada do caminho. E se assim é nas instâncias internacionais que dizer de um diretório que tem de expurgar o seu Sassá Mutena parecendo agora procurar insistentemente o tal Mister Chance.

Vêm aí as eleições. O PS prepara-se para chegar aos 40%, enquanto que a ambição do líder do PSD poderá quedar-se pela metade dos votos rosáceos. Se algum pingo de humildade houvesse, Passos, poderia e deveria continuar na vida política, pois tanto serve o país no governo, na oposição, numa Câmara ou mesmo numa Junta de Freguesia. E claro, Coelho, transmontano, pode muito bem tentar a sorte na sua terra candidatando-se à Junta da União de Freguesias de Constantim e Vale de Nogueiras gerindo assim as anexas de Assento e Carro Queimado.

Quando pergunto a muitos dos meus amigos social-democratas se eram capazes de votar em Pedro Passos Coelho para a sua junta de freguesia a resposta é quase sempre a mesma: “Quem? Eu!!!”…

Inteira razão para a cabeça de lista à Assembleia Municipal do concelho da Guarda pelo PSD quando afirmou que Passos não tinha perfil para liderar e ser primeiro-ministro.

O PSD, com Pedro Passos Coelho, não soube ser governo e, presentemente, com Pedro Passos Coelho, não sabe ser oposição.

Por: Albino Bárbara

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