Arquivo

«O novo espetáculo irá deslumbrar todos os espetadores, sejam eles crianças ou adultos»

Cara a Cara – Francisco Mota

P- De que trata o novo espectáculo “Através de um sonho mágico”?

R- “Através de um Sonho Mágico” é a magnífica aventura de quatro crianças, que empreendem uma viagem por mundos misteriosos e encantados. Juntos vão cruzar-se com personagens mágicas e viver aventuras inesquecíveis! Os “mundos visitados” serão embelezados por músicas que todo o público conhece, como temas de grandes musicais e melodias inesquecíveis da Disney. Este é o primeiro espetáculo de teatro musical do Oriental de São Martinho, que tem como principal destinatário o público infanto-juvenil. É, no entanto, uma história que, estou certo, irá deslumbrar todos os espetadores, sejam eles crianças ou adultos. À semelhança dos anteriores, trata-se de um projeto cem por cento amador.

P- Quantas pessoas vão estar em palco?

R- O elenco é constituído por cerca de 30 jovens, acompanhados por uma orquestra de 16 músicos da EPABI – Escola Profissional de Artes da Covilhã, através de uma parceria estabelecida em 2010.

P- Quais são apoios?

R- Temos o apoio da Câmara da Covilhã, da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso, da Fundação Inatel e de pequenas empresas que nos ajudam através de diversos meios. No entanto, o grande apoio vem do público que paga o seu bilhete e que é o responsável pelo sucesso destes espetáculos.

P- Depois de tantos espetáculos já apresentados, há ainda ideias para mais?

R- Há sempre ideias e ambições. Algumas são exequíveis e outras não. Enquanto não me tirarem a capacidade de sonhar hei-de continuar. Quando tive a ideia de criar no Oriental de São Martinho este tipo de espetáculos senti-me a viajar no tempo para uma Covilhã do início dos anos 90. Eu gostava de ter participado em algo do género enquanto miúdo, mas não tinha onde. Provavelmente teria traçado novos horizontes na minha própria vida. É esta a grande mensagem que transmitimos às crianças e jovens que estão connosco: “Nós só existimos para darmos asas aos vossos sonhos. Se gostam, se têm talento, vão em frente… Estudem e trabalhem muito, porque depois existem os profissionais para vos ajudarem numa futura carreira». A missão do Oriental termina no momento, em que iniciam a etapa da formação para a profissionalização.

P- Qual tem sido a receptividade dos covilhanenses aos espetáculos do Oriental de São Martinho?

R – A recetividade tem sido sempre a melhor. O espetáculo “Uma Viagem à Broadway” esgotou quase cinco vezes o Teatro Municipal da Covilhã. Este novo musical já vendeu 800 bilhetes em apenas uma semana, o que pressupõe uma lotação esgotada no sábado (13 de maio). As pessoas são de uma grande generosidade e simpatia.

P- Há uns tempos contou-nos que o fim das marchas populares o deixou «órfão», agora que regressaram vai manter os dois projetos? Como arranja tempo para tudo?

R- É verdade que 24 horas é muito pouco. Os dias deviam ser bem maiores. Mas como sou hiperativo e acho que dormir é um desperdício de tempo, consigo arranjar forma de me organizar. Além disso, trabalho com pessoas extraordinárias, de uma entrega total, que facilitam muito o meu trabalho. Espero que as marchas populares tenham vindo para ficar porque a Covilhã voltou a acarinhar de forma entusiástica esta manifestação popular de enorme criatividade. Os musicais vão entrar em modo “pausa”. Este novo espetáculo teve um “nascimento doloroso”, o que me consumiu imensa energia. Além disso, sou presidente da direção de uma das maiores coletividades da Covilhã, o que exige uma permanente dedicação e disponibilidade para atividades de vária índole.

P- O que há ainda por fazer no panorama cultural da Covilhã?

R – A Covilhã é uma cidade excecional. Costumo dizer que penso a cultura local numa vertente “micro” e “macro”. “Micro”, através da produção associativa, dado termos um número imenso de coletividades com atividades várias e de imenso potencial. “Macro”, porque a Covilhã é sede de companhias profissionais de teatro e dança que têm que ser apoiadas ao máximo, pois podem (e devem) ser o grande motor cultural da cidade. Há ainda a ligação à Universidade da Beira Interior, através da dinamização do seu saber criativo. Depois há a necessidade urgente de uma estrutura física condigna (remodelação do Teatro Municipal), que deverá ter uma programação bem estruturada e diversificada, tendo em atenção todos os “públicos”.

Perfil:

Encenador do espectáculo musical “Através de um sonho mágico”

Idade: 39 anos

Profissão: Desempregado

Naturalidade: Covilhã

Currículo: Técnico de Formação. Aos 12 anos obtém uma menção honrosa num concurso literário da editorial “Caminho”. Publicou vários poemas em diversas coletâneas. Presidente da Direção do Oriental de São Martinho.

Livro favorito: Tenho vários, mas escolho “Levantado do Chão” de José Saramago.

Filme preferido: Tenho vários, mas escolho “A Cor Púrpura” de Spielberg.

Hobbies: Leitura, Cinema, Teatro, Caminhar, Viajar…

Francisco Mota

Sobre o autor

Leave a Reply