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«O mérito e qualidades dos nossos professores têm vindo a ser reconhecidos»

Cara a Cara – Entrevista: Isabel Fael

P – Na altura em que a escola comemora o 125º aniversário, como perspectiva o seu futuro?

R – O futuro é aquilo que pensamos no presente, em articulação com o nosso passado. Temos vindo a fazer uma abertura à nossa oferta educativa e pretendemos continuar a formar bons alunos e bons cidadãos, quer na vertente da aquisição básica das competências, quer ao nível pessoal e académico. Pretendemos continuar a evoluir nas áreas científico-tecnológicas – cujos cursos têm bastante interesse para o mercado – e nas áreas profissionais – onde temos o curso de Artes Visuais, de Prosseguimento de Estudos e um profissional associado, o curso de Ciências e Tecnologias. Temos também outro tipo de cursos, nomeadamente na área das energias renováveis – que arrancou este ano e está com bastante saída –, de Automação e Computadores, de Análise Laboratorial, de Apoio Psico-social, Contabilidade, na área da electricidade, entre outros. Pretendemos, sobretudo, que os nossos alunos possam desenvolver o mais possível as suas competências e capacidades. De referir que temos um Centro de Novas Oportunidades, vamos entregar mais de 300 diplomas a adultos que concluíram a sua formação, além dos 178 que já entregámos aos nossos alunos que concluíram o 12º ano.

P – Quais as principais carências da Escola?

R – Nós gostaríamos muito que fosse intervencionada pela Parque Escolar. É uma das escolas que, segundo nos informou a Direcção Regional de Educação do Centro (DREC), foi proposta para esse plano, sobretudo para haver uma renovação no interior das nossas instalações, já que as fachadas foram restauradas há pouco tempo.

P – Qual a prenda que a Campos Melo gostaria de receber no seu 125º aniversário?

R – Seria um reordenamento do acesso pela entrada principal da escola, na Rua Vasco da Gama. O senhor presidente da Câmara informou-nos que iria ser levada a cabo essa intervenção e estamos à espera que se confirme. Com a população escolar que temos, de dia e de noite, esse reordenamento torna-se muito necessário.

P – Quantos alunos tem actualmente?

R – Neste momento temos cerca de 800 alunos, entre o terceiro ciclo do ensino básico e os cursos científico-humanísticos regulares. Depois, mais cerca de 120 alunos nos cursos de Educação e Formação, aqui na escola em regime nocturno e no estabelecimento prisional, com quem temos vindo a colaborar há vários anos, e cerca de 800 adultos em 29 itinerâncias que temos vindo a desenvolver. Portanto, quer aqui na escola, quer em várias freguesias do concelho da Covilhã, Belmonte e Fundão, temos procurado alargar a nossa acção e dar oportunidade a muitos adultos para que possam concluir o 9º e o 12º anos. Tem sido um trabalho bastante árduo, mas uma aposta conseguida, porque temos visto que muitos adultos regressam à escola com enorme vontade de aprender, de evoluir nas suas competências a vários níveis. Temos protocolos com várias instituições para fazer formação complementar, nomeadamente nas áreas da informática e das línguas estrangeiras, para poder proporcionar uma aprendizagem de qualidade.

P – Qual a taxa de insucesso e abandono escolar da escola?

R – Temos montado um programa de acompanhamento dos casos mais problemáticos em termos de possibilidade de abandono ou de saída antecipada, acompanhado pelo Gabinete de Apoio Educativo. Temos vindo a conseguir reduzir essas taxas, o que quer dizer que apenas dois por cento dos nossos alunos do secundário saem da escola sem completar a escolaridade. Mas mesmo esses nos preocupam e estamos a fazer todos os esforços para reduzir esse número para zero. Tenho de salientar aqui o grande trabalho de interligação com outras escolas e instituições, para quem temos reorientado vários alunos. Temos procurado que os nossos alunos, de acordo com o seu perfil, encontrem o seu caminho se não estão aqui no curso adequado.

P – Como vê a actual polémica do sistema de avaliação dos professores?

R – Vejo-a como uma questão que precisa de ser amadurecida, trabalhada e repensada, para que se encontre um modelo que vá de encontro ao que as escolas e os professores necessitam. Os professores pretendem que o sistema seja justo e equilibrado, que reconheça o seu trabalho e o seu mérito. Felizmente, na nossa escola temos excelentes profissionais, que se têm empenhado para podermos ter os resultados que temos, nomeadamente ao nível das taxas de aprovação, que são superiores a 80 por cento. E temos vindo a ver reconhecidos aos nossos professores mérito e qualidades, ainda agora foi convidado um deles para participar, em Maio, num encontro internacional de professores de geociências na Áustria. Isso honra-nos muito e traduz o reconhecimento pelo trabalho que a escola tem vindo a desenvolver, não só na sala de aula, mas também nos diversos clubes e projectos, de modo a proporcionar aos nossos alunos uma educação plena e de grande qualidade.

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