Arquivo

O Bando encerra Festival Y

“Anjos” esta noite no Teatro-Cine da Covilhã

Depois de “Gente Feliz com Lágrimas”, de João de Melo, o grupo O Bando volta a adaptar um outro livro narrativo português para o teatro. Com “Anjos”, de Teolinda Gersão, o encenador João Brites recupera o universo das tradições populares e do imaginário infantil, inspirado na tradição religiosa dos ex-votos. A peça está esta noite em cena no Teatro-Cine da Covilhã e é o último espectáculo da programação do Festival Y, organizado pela Quarta Parede – Associação de Artes Performativas da Covilhã. O texto é narrado pela voz ingénua de uma criança que conta a angústia da família perante a “doença” da mãe, que repetidamente atenta contra a vida numa pequena vila. A razão para a “doença” é tão somente uma: a paixão ardente da mãe por Serafim, o ferreiro com nome de anjo ardente e figura que concentra a purificação e o erotismo do fogo de que é guardião. Como tem sido hábito nos seus espectáculos, esta companhia sediada em Vale de Barris (Palmela) volta a recorrer a espaços não convencionais e a apostar nos espectáculos itinerantes. Por isso, o grupo apresenta um cenário móvel e adaptado a qualquer sala: uma ponte longa e estreita, limitada nos extremos por dois pequenos palcos. Um está iluminado a vermelho para representar a forja do ferreiro Serafim e outro, no extremo, é forrado a azul celeste e acolhe as personagens que representam a ordem, como o médico e o padre, cruzando assim os anjos com os demónios. No centro está a família protagonista. Ana Brandão, Horácio Manuel, Nelson Boggio/Pedro Gil, Raquel Freire e Sílvia Filipe interpretam os “Anjos”.

Sobre o autor

Leave a Reply