No passado dia 27 de Fevereiro, a Assembleia Municipal da Guarda foi palco de controvérsia.
Fernando Carvalho Rodrigues, reconhecida personalidade portuguesa e Presidente daquela assembleia, exigiu “factos” nas respostas de Álvaro Amaro aos assuntos em debate.
Conheço Carvalho Rodrigues e a sua entrega à causa pública. A sua relação com a vida partidária é desinteressada, o que o transforma num perigoso ator desse sistema.
E este facto, que pode parecer menor, releva uma nova atitude na política portuguesa.
Quem não percebeu, continua a julgar-se bravo fazendeiro e a recolher o vexame público pelo triste comportamento.
Também na passada semana, realizou-se a Assembleia de Pais do Agrupamento de Escolas de Trancoso. E também aqui, o expediente visava perpetuar dinastias, e com a autoridade de Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Júlio Sarmento convocou uma assembleia no limite legal para o fazer, e com isso, reduziu a zero minutos o prazo para apresentação de listas concorrentes para a nova direção.
Obviamente que estes incidentes seriam caricatos se não fossem a imagem de um tempo que já passou.
O modo, a embalagem e o conteúdo deste tipo de política são a vergonha de Portugal.
Quem ambiciona o “Sentido de Estado” não pode fazer a política da casa da lâmpada encarnada.
P.S.: Fui confrontado na passada semana com a associação do meu nome ao Partido Socialista. Por reconhecer a maldade dessa conotação, venho clarificar que abandonei a vida partidária em 1993, altura em que militava no PSR (Bloco de Esquerda) enquanto colaborava como consultor de comunicação com o Governo de Aníbal Cavaco Silva para a área das Obras Públicas. Mantive as mesmas funções durante o Governo de António Guterres.
Com exceção do partido em que militei, já colaborei profissionalmente com políticos de todos os partidos com assento parlamentar.
Por: Frederico Lucas