O Ginásio Figueirense viu a sua série de oito triunfos consecutivos ser interrompida em Manteigas, no último domingo, onde esteve a perder por dois golos de diferença. Mas a conquista de um ponto lá aconteceu no sexto dos oito minutos de compensação dados pelo árbitro. Com este resultado, o líder isolado do Distrital da Guarda viu encurtada para apenas um ponto a diferença em relação ao Fornos de Algodres.
Num jogo disputado quase sempre debaixo de neve, o Manteigas entrou melhor e viu um golo anulado aos 11 . Remate cruzado de Nuno Serra dentro da grande área, com Boneco a fazer uma defesa incompleta para Fábio Nogueira desviar para a baliza. Só que o árbitro assistente já tinha a bandeirola levantada, numa jogada em que, pela posição em que nos encontrávamos, não nos foi possível aferir do acerto da decisão. Na resposta, aos 16 , Gerry foi mais rápido que Sérgio e Tota mas, de ângulo reduzido, viu um adversário cortar o lance. Com a curiosidade de jogar com três guarda-redes de início, sendo dois deles os seus homens mais avançados, Fábio Nogueira e Nuno Morais, o titularíssimo da baliza até esta partida, o Manteigas continuou a mandar no jogo e, aos 18 , esteve perto de abrir o activo. Nuno Serra, à entrada da área, atirou rasteiro ao poste direito. Volvidos três minutos, Gerry voltou a criar perigo, ganhando em velocidade a Mário na esquerda antes de rematar muito fraco para defesa fácil de Sérgio.
Contudo, era a equipa serrana que mandava no jogo nesta fase e foi com naturalidade que inaugurou o marcador aos 29 . Grande jogada de Beto na direita, a passar por Luís Paulo e a fazer um cruzamento atrasado para a entrada da área, onde apareceu Nuno Serra a rematar de primeira. Com os figueirenses completamente desorientados pelo golo, o segundo surgiu dois minutos depois e novamente pelo pequeno médio do Manteigas. Nuno Morais não desistiu de um lance que parecia perdido junto à linha de fundo e cruzou atrasado para Nuno Serra encher o pé e fuzilar a baliza. Só então o líder do Distrital acordou e procurou reduzir a desvantagem, o que aconteceu aos 37 , através de um penalti a punir falta de Filipe sobre Gerry. Chamado a converter, Paulo Jacinto fez o 2-1 com que se atingiu o intervalo. A segunda metade foi completamente diferente, com o Figueirense a pressionar bastante para chegar, pelo menos, à igualdade, enquanto a equipa da casa apostava no contra-ataque. Aos 50 , o empate esteve perto de surgir. Livre de Faneca, um dos mais inconformados, com Camilo a cabecear torto, não aproveitando a saída em falso de Sérgio.
Passados quatro minutos, Nuno Serra teve nos pés uma soberana oportunidade para apontar o seu terceiro golo e acabar com o jogo, mas, completamente isolado frente a Boneco, teve uma perdida clamorosa por causa de uma “rosca”. A pressão do Figueirense intensificou-se e à passagem da hora de jogo, Paulo Jacinto concluiu um rápido contra-ataque com um remate rasteiro para defesa segura de Sérgio. Aos 65 foi a vez de Valter rematar forte de fora da área, mas a bola passou perto do poste direito. O jogo entrou então numa fase menos interessante e, aos 74 , esteve mesmo interrompido durante vários minutos devido à lesão de Sérgio. Só que as emoções fortes estavam reservadas para os últimos minutos. Aos 94 , Pereira podia ter acabado com as aspirações do Figueirense, mas, isolado, demorou muito tempo a rematar. No minuto seguinte, Nuno Morais, que regressou à sua posição natural depois da saída de Sérgio, fez a defesa da tarde a remate de Bruno Coutinho. Na marcação do canto, uma desatenção na defesa serrana deitou tudo a perder, com o veterano Zé Pedro a subir mais alto que toda a gente e a cabecear com êxito. Bom trabalho de Luís Brás, merecendo o benefício da dúvida no lance do golo anulado aos locais.
Ricardo Cordeiro