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Negócio «fraco» na IIIª Exposição Comercial Transfronteiriça “Raia Seca”

Espanhóis dominaram certame visitado por mais de quatro mil pessoas

Os poucos expositores portugueses que participaram no último fim-de-semana na IIIª Exposição Comercial Transfronteiriça “Raia Seca”, em Fuentes de Oñoro (Espanha), não estavam nada satisfeitos com o negócio no primeiro dia. Segundo a organização, mais de quatro mil pessoas visitaram um certame que apresentou cerca de 50 stands, a maior parte dos quais espanhóis e do sector agro-alimentar.

Esta mostra multisectorial, que abrangeu o comércio, serviços e indústria da região, tem como intuito divulgar as potencialidades e vertentes comerciais desta região raiana que engloba vários municípios dos dois países, no sentido de criar um espaço transfronteiriço para a promoção de produtos e serviços de Portugal e Espanha. Maria Fernanda Rocha, vinda de Escalhão (Figueira de Castelo Rodrigo), participou pela terceira vez, mas, ao contrário dos anos anteriores, ainda não tinha vendido nada na tarde de sábado. «Era a melhor feira que tinha durante o ano, mas desta vez está muito fraca porque acho que não deve estar muito divulgada em Portugal», considerou. Os seus bordados tiveram boas saídas nas edições anteriores, tanto junto dos clientes portugueses, como espanhóis, mas nada que se compare com a crise deste ano. Na sua opinião, uma coisa que esteve «mal» foi o horário da feira, entre as 10 e as 19 horas, já que «acaba muito cedo», uma vez que «o normal é por volta das 23/meia-noite», sublinhou. Também Francisco Gonçalves, da aldeia da Lomba (Sabugal), outro “habitué” desta feira entende ser necessário haver maior divulgação, porque actualmente «sem publicidade nem o papel higiénico se vende», ironizou. De resto, a sinalização a indicar o local do evento também deixou muito a desejar, pelo menos em solo português. «Para mim não está sinalizada, nem mal nem bem», criticou o artesão, que se orgulha de ser «prémio nacional», fruto do seu trabalho em troncos de castanheiro. Já Joaquim Martins, proveniente de Sameiro (Manteigas), não deverá guardar boas recordações da sua estreia nesta exposição, pelo menos a atentar no negócio feito no primeiro dia do evento: «Até ao momento ainda não vendi nada, mas de qualquer forma estou a ser mais visitado por portugueses. Os espanhóis não aderem a isto», afirmou. Também Maria da Glória Ferreira, do Sabugal, estava desgostosa com as vendas. «Acho que vale mais em Portugal. Aqui é mais para os espanhóis. Isto está muito morto», disse. Aníbal dos Santos Pinto, da Guarda, veio pela segunda vez e, apesar do negócio «estar mau», relembra que na edição anterior vendeu mais a espanhóis do que a portugueses.

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