Uma necrópole constituída por 16 sepulturas medievais, a maioria das quais cavadas em rocha xistosa, foi descoberta próximo da Igreja Matriz de Almendra, em Vila Nova de Foz Côa, durante a abertura de uma vala. O arqueólogo Sá Coixão, que estuda o local ao serviço da autarquia de Foz Côa, disse que o «achado ocorreu quando se procedia a obras» para remodelação do adro da igreja e implantação de um dreno de águas pluviais que iria ligar a um ribeiro. As obras estão a decorrer desde o final de 2003. As sondagens de emergência realizadas numa área de 34 metros quadrados entre a igreja matriz e um muro de retenção de terras de caminho público permitiram a escavação das sepulturas, as quais continham ossadas do último enterramento e de outros funerais anteriores, efectuado segundo o ritual católico. Sá Coixão aponta para os séculos XIV e XV a data desta necrópole, cujas ossadas foram levantadas pela antropóloga Paula Meneses Tavares, da Universidade de Coimbra, e trabalhadores da área de investigação de Freixo de Numão. O arqueólogo referiu ainda que, abaixo das ossadas, foram localizados dois níveis de ocupação romana dos séculos III e IV d.C., tendo sido recolhidas duas moedas deste período e diversa cerâmica. Todos os achados estão a ser estudados e vão ser posteriormente entregues ao Museu de Vila Nova de Foz Côa. De resto, as obras foram suspensas para serem realizadas mais prospecções arqueológicas supervisionadas pelo Instituto Português de Arqueologia e Parque Arqueológico do Vale do Côa.
