O Museu Nacional do Pão, em Seia, assinalou domingo o segundo aniversário da sua abertura, período em que registou uma afluência total de 240 mil visitantes, o que o torna num dos museus mais visitados do país. António Quaresma, director do museu, considera que a instituição se converteu numa «mais valia para o turismo da Serra da Estrela», citando como exemplo o registo de 15 mil visitantes em Março e idêntico número em Agosto, o que na sua óptica demonstra que a Serra da Estrela «não é só neve».
Os portugueses constituem o maior número de visitantes, seguindo-se-lhes espanhóis, franceses, dinamarqueses e holandeses. António Quaresma atribuiu à «saturação da praia e a procura do turismo cultural» a elevada procura pelo Museu do Pão, associado também ao factor turístico e à gastronomia da Serra da Estrela. Este museu é o único do género existente na Península Ibérica e o segundo na Europa, criado por iniciativa do grupo BAMAQ, apostado na comercialização e distribuição de produtos alimentares tradicionais da Serra da Estrela. O seu director científico, Sérgio Carvalho, refere que naquele espaço é mostrada a «função social, cultural e política do pão» e realizadas conferências, exposições, celebrações de algumas datas e tertúlias com figuras da cultura nacional. Quanto a novidades, António Quaresma anunciou, como próximos objectivos, a edição de uma revista intitulada “Veredas” ainda no corrente ano, a continuação do ciclo de exposições e tertúlias e a preparação de um Congresso Nacional sobre o Pão, na perspectiva da realização de um com carácter internacional, mas também a edição de dois livros (um deles já publicado sobre “As palavras do Pão”, de Sérgio de Carvalho) e de um álbum fotográfico de autoria de Artur Pastor.
Por outro lado, perspectiva-se a criação de um parque temático dedicado ao pão, utilizando os recursos e trabalhos artísticos da Oficina de Arte do Museu. Em termos de visitas, António Quaresma entende que uma afluência de 100 mil visitantes anuais projecta o Museu do Pão, de Seia, para o «patamar de um dos melhores museus do mundo». A conversão do museu em fundação com o mesmo nome constitui outra das aspirações da direcção que, desta forma, pretende reinvestir os eventuais lucros obtidos na própria instituição, recusando ser uma «atitude para obter benefícios fiscais, mas sim em benefício da cultura e do bem-estar das pessoas». O director pretende ainda «expandir o museu a nível da solidariedade social, mas afirmando-se sempre como um modelo de verdade, e ainda enveredar por um campo científico-social, colocado ao serviço da comunidade».