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Museu Municipal abre portas em Pinhel

Parte do espólio de arte sacra do concelho está patente ao público desde segunda-feira, mas ainda há mais para mostrar

Quatro pequenas salas compõem o remodelado Museu Municipal de Pinhel, inaugurado na última segunda-feira, dia comemorativo do feriado municipal. Um núcleo quase exclusivamente dedicado à arte sacra, onde se podem apreciar, na parte inferior, diversas esculturas em madeira de santos e mártires e, na parte superior, a segunda colecção de bandeiras de artes e ofícios que saíam na procissão do Corpo de Cristo, cálices, coroas, píxedes e diversas pinturas em madeira.

Trata-se de peças que pertencem ao museu municipal há «muitos anos» e cuja proveniência está associada à cidade e a diversas doações de particulares. Obras que fazem parte de um espólio municipal vasto, a maior parte ainda “escondida” dos olhos dos pinhelenses e dos visitantes da “cidade falcão”, que ainda não dispõe de um espaço para o expor «condignamente», explica António Ruas, presidente da Câmara Municipal. O actual e remodelado espaço museológico, que foi Paços do Concelho durante muitos anos, funcionava até há pouco tempo como depósito do acervo municipal, mas «achámos que deveríamos fazer obras e adequar o espaço a algumas das peças», conta o autarca. Trabalhos de revitalização que rondaram os 250 mil euros (50 mil contos), significando um esforço financeiro «tremendo» para a autarquia, dado que, apesar de ter sido uma obra feita ainda pelo executivo anterior, «tivemos que fazer alguns trabalhos de adaptação por questões técnicas e comprar equipamento adequado», esclarece Ruas.

Assim, perante o património e o acervo «riquíssimo» que Pinhel dispõe, o presidente da município já fala em ampliar o actual museu de forma a poder mostrar ambos à população e criar «mais um atractivo» para a cidade, pois «é uma pena termos tudo guardado». António Ruas está convicto de que aquele edifício poderá ser aumentado e servir de casa de Cultura, biblioteca e ser um museu «com dignidade».

Daí a autarquia estar a elaborar um estudo prévio para adaptação do museu a esses fins, realçando ainda que o projecto está «aprovado» na câmara. Simultaneamente, o município dispõe já de algumas verbas aprovadas para a reconstrução do edifício, além de ter enviado para o Instituto Português dos Museus uma relação para apurar a viabilidade desse alargamento. Mas para Laurindo Monteiro este pequeno núcleo museológico é o resultado de um trabalho «árduo» e uma «recompensa» que, apesar de não ser o espaço desejado e complementado com alguma informação, deixará «certamente os visitantes satisfeitos». O responsável técnico da nova estrutura cultural da “cidade falcão” conta dinamizá-la de várias formas, mas, para já, o mais importante é avançar com algumas «pequenas» alterações da informação que vai ser colocada nas peças e dinamizar um programa de visitas. Monteiro quer fazer daquele local um espaço de «aprendizagem, deleite e comunicação para todas as pessoas que estejam ou venham à cidade», através das visitas, da disponibilização de panfletos ou informação gráfica. «O museu será parte integrante de toda a dinamização patrimonial e cultural que queremos para Pinhel», salienta o responsável técnico, defendendo ainda a ampliação daquele núcleo de forma a conseguir um espaço maior para albergar todas as «valiosíssimas» peças do Museu Municipal, que já existia desde 1942. Recorde-se que o dia do feriado municipal ficou ainda assinalado pela inauguração da exposição “José Dias Coelho – uma vida”, na sala Vieira da Silva e por uma noite de fados.

Rita Lopes

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