Arquivo

MRPP quer Portugal fora do euro

Cabeça de lista Leopoldo Mesquita esteve na Guarda e nas Minas da Panasqueira na sexta-feira para dizer que a moeda única está a impedir o desenvolvimento do país

«O euro é um instrumento do imperialismo germânico para colonizar os povos europeus», por isso, o objetivo do MRPP é «reivindicar para Portugal o direito de sair do euro e de ser ressarcido pelos prejuízos decorrentes da adesão à moeda única há 14 anos».

O cabeça de lista Leopoldo Mesquita, natural da Covilhã e professor na Secundária Afonso de Albuquerque, na Guarda, regressou às origens na passada sexta-feira. E com uma mensagem simples: Portugal deve voltar a ter moeda própria e recuperar a sua soberania. «Estamos sujeitos ao colete de forças do euro, uma moeda que a economia portuguesa não aguenta», sublinhou o candidato após conhecer a PLIE, reunir com os trabalhadores da Dura e com a administração da Unidade Local de Saúde antes de seguir para as Minas da Panasqueira. Por cá, encontrou na plataforma logística «um dos exemplos vivos e negativos» desta economia do euro. «É um projeto totalmente falhado e nunca deixará de ser assim enquanto Portugal estiver no euro porque a moeda única impede o desenvolvimento de qualquer tipo de atividade económica», considerou. O professor de Economia tem a lição na ponta da língua e garante também que o euro é responsável pelo crescimento da dívida, pois «quando entrámos para o euro, a dívida pública era da ordem dos 48,5 por cento do PIB, hoje está a caminho dos 140 por cento».

Isto é quanto baste para Leopoldo Mesquita afirmar que «é o euro que está a provocar esta desgraça». O candidato quer que Portugal se junte a países da União Europeia que não fazem parte do euro, casos da Inglaterra, Suécia, Dinamarca ou Polónia. «Não há que ter medo em sair. Calcula-se que o euro estará 30 por cento valorizado em relação à capacidade competitiva da economia portuguesa, portanto poderemos fazer essa desvalorização», afirmou. Contudo, nem tudo serão rosas, pois o cabeça de lista do MRPP admite que possa haver uma quebra do poder de compra «da ordem dos 10 por cento» quando a nova moeda tiver que ser desvalorizada devido ao encarecimento das importações. «Mas isso pode-se recuperar porque as pessoas vão ter emprego, rendimentos mais elevados e menos impostos», antevê.

Leopoldo Mesquita também não acredita que os próximos fundos comunitários ajudem a resolver os problemas do país e já fez as contas: «Vamos receber 21.500 milhões de euros, mas nestes sete anos Portugal vai transferir para o orçamento da UE qualquer cerca de 15.000 milhões de euros, ou seja, sobram 6.500 milhões. Mas para o ano vamos pagar 9.000 milhões da dívida», critica.

Luis Martins «Estamos sujeitos ao colete de forças do euro, uma moeda que a economia portuguesa não aguenta», afirma Leopoldo Mesquita (ao centro)

Sobre o autor

Leave a Reply