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Movimento pelo “Sim” quer acabar com «problema de saúde pública»

Odete Santos irá estar, hoje, na Guarda para uma sessão de esclarecimentos sobre a despenalização da IVG

O “Em Movimento pelo Sim” pretende elucidar os guardenses para que votem “Sim” no referendo ao aborto e ajudem a pôr fim a um «problema de saúde pública», anunciou Natacha Amaro, porta-voz do grupo. O movimento nacional, que está implantado em todos os distritos do pais e ilhas, foi apresentado segunda-feira, na Guarda, onde apelou à intervenção e mobilização activa da população.

O movimento conta com o apoio do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) e tem 143 mandatárias em todo o país, tendo sido constituído legalmente esta semana após entregar na Comissão Nacional de Eleições mais de 14 mil assinaturas, número que a porta-voz considera muito «relevante e representativo» para a desejada vitória. Natacha Amaro, que também faz parte do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), entende ser necessário levar os cidadãos a intervir «activamente» e que para isso é preciso esclarecer e debater os vários argumentos usados. No entanto, assume que é complicado mobilizar as pessoas «devido à privacidade que está inerente a esta temática». Mas, para o movimento o que está em causa é conseguir pôr fim a uma lei «injusta e completamente desajustada da realidade», garante Natacha Amaro. Nesse sentido, acusou os defensores do “não” de não promoverem o debate, nem o esclarecimento, ao usarem argumentos «falsos na esmagadora maioria das vezes» e procurarem, simultaneamente, chegar às pessoas através dos sentimentos «mais aterradores» para as levar a votar “Não”.

«O que pretendemos é que Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) seja despenalizada para acabar com o problema de saúde pública que toda a gente conhece e insiste e persiste em fazer de conta que não existe», refere. Natacha Amaro diz também que é importante aproveitar a oportunidade deste novo referendo para resolver «um problema que muitas mulheres têm que enfrentar e resolver sozinhas, correndo riscos de saúde e de morte». O movimento afirma que se realizam anualmente entre 20 a 40 mil abortos clandestinos em Portugal, pelo que os seus promotores consideram ter chegado a altura de pôr fim «a este drama». Apesar de não ter sede, Maria Lurdes Silva, representante do movimento no distrito, garante que não será por isso que haverá «menos empenho, esclarecimento e informação aos guardenses». Entretanto, o “Em Movimento pelo Sim” e a Associação Académica da Guarda promovem esta noite, no auditório da AAG, uma sessão de esclarecimento, aberta à população, sobre a IVG que contará com a presença da deputada Odete Santos. Já no fim-de-semana estão previstas acções de contacto com a população, com o intuito de divulgar a importância da vitória do “Sim” no próximo 11 de Fevereiro.

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