A aldeia de Vila Fernando, perto da Guarda, vai servir de palco a mais uma aula inédita ao ar livre para cerca de 250 alunos e 50 educadores. A ideia, que já foi realizada, no ano passado, em Vila Soeiro, é do agrupamento de Escolas de S. Miguel-Guarda com o grupo de Educação Visual e Tecnológica. O objectivo é criar laços fortes entre a realidade urbana e rural na sua área de influência. A segunda edição de “Viver Aldeia” decorre na próxima quarta-feira (dia 14). Desta vez também participam crianças do pré-escolar.
O agrupamento de Escolas de S. Miguel-Guarda recebe alunos de realidades distintas, uns são oriundos da área urbana da Guarda e outros vêm das aldeias vizinhas. Daí, nasceu a ideia de ensinar aos mais pequenos os hábitos e os costumes do meio rural, desde os cantares aos trajes tradicionais, até à feitura do pão no forno a lenha. «As referências dos nossos miúdos são as mesmas dos de Lisboa», diz Joaquim Pereira, um dos professores envolvidos na organização do projecto “Viver a Aldeia”. «Através de actividades lúdicas e pedagógicas vamos aprofundar os conhecimentos dos mais pequenos e mostrar-lhes as suas raízes», conta o docente. Entre outros objectivos, o evento pretende dinamizar espaços habitacionais de carácter predominantemente rural, valorizar a cultura e o património local, consolidar conhecimentos pragmáticos, privilegiando o “saber fazer”. O formato é igual ao do ano passado, mas com uma novidade: «desta vez, também vão participar cerca de 60 crianças do pré-escolar, que quase exigiram a sua presença», regozija-se o professor.
O projecto abrange a totalidade dos alunos escolarizados no agrupamento, o que implica uma aproximação dos alunos do 6º ano de escolaridade da EB 2, 3 de S. Miguel e dos seus colegas das escolas do 1º ciclo da zona de Vila Fernando. Tudo para que os alunos se constituam como «verdadeiros embaixadores da sua cultura, preservando as tradições e o património regionais», sustenta o docente. E, há muito a descobrir na aldeia, «nomeadamente, o património arquitectónico e paisagística, como o Rio Noéme», dá como exemplo.
Os alunos serão transportados para Vila Fernando em autocarro, organizados em equipas solidárias, pois «não se trata de competitividade», reassalva o professor. Ao chefe de equipa será entregue um mapa da aldeia com a ordem do percurso, um diário de bordo e uma bandeirola identificativa. À hora prevista, as equipas iniciam a actividade que será constituída por doze estações dispersas pela aldeia e orientadas por professores e habitantes, que desempenharão funções de demonstradores e controladores. Entre alguns dos locais já identificados destaca-se a malha de cereal na eira ou a pesca no tanque, tudo animado pela música tradicional e com trajes a rigor.
O almoço será disponibilizado numa das estações do circuito, sendo da responsabilidade do grupo de estagiários de Nutrição do Instituto Jean Piaget (Viseu) e há outra estação com o apoio de uma equipa da Universidade da Beira Interior do Núcleo de Desporto. A iniciativa conta com a parceria da Câmara Municipal da Guarda, Junta de Freguesia de Vila Fernando, JF de São Miguel, JF de São Vicente, Inatel, GNR, Bombeiros Voluntários da Guarda, Protecção Civil, IPJ, e várias empresas da Guarda, nomeadamente, “O Interior”.
Patrícia Correia
