A Comissão de Utentes da auto-estrada da Beira Interior (A23) anunciou sexta-feira a realização de duas manifestações no distrito de Castelo Branco, amanhã e dia 29, contra a anunciada introdução de portagens naquela via. Para esta última data está mesmo prevista uma marcha lenta e um buzinão na auto-estrada entre a Guarda e Castelo Branco, enquanto que o ministro das Obras Públicas, António Mexia, deverá ser o primeiro utente a pagar portagens na A23. É que a comissão conta simbolicamente aproveitar a sua vinda à região, para explicar o fim das SCUT aos autarcas locais, para taxar a sua deslocação. «Esta questão não vai ser pacífica e o Governo vai ter que arrepiar caminho, pois não estamos dispostos a que passem por cima dos interesses de todos os que aqui vivem», afirmou Jorge Fael, porta-voz da comissão, no final de um encontro realizado no salão da Junta de Freguesia de Castelo Branco e que contou com a presença de cerca de 50 pessoas. «O Governo vai ter que assumir as consequências e as responsabilidades dessa medida, ao forçá-la contra os interesses dos que aqui residem, pois todos reconhecem que estamos carregados de razão», acrescentou. A comissão de utentes vai desenvolver várias acções para sensibilizar não só as populações do distrito de Castelo Branco, mas também para unir esforços com a sua congénere da A25 e com os utentes da zona de Abrantes, que se servem igualmente da A23. Jorge Fael sugeriu, como uma das acções a realizar, que os condutores dos veículos destas regiões ponham faixas pretas nas suas viaturas em sinal de luto. Por outro lado, os cidadãos serão ainda convidados a assinar um documento que solicita a discussão da introdução de portagens nas SCUT na Assembleia da República. O abaixo-assinado refere que esta medida «agravaria as debilidades da estrutura produtiva (da região) e constituiria uma penalização financeira para as populações que por ela se deslocam».
