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«Vive-se um clima de intimidação e de terror na Covilhã»

Victor Pereira, presidente da concelhia do PS da Covilhã, garante em entrevista que o partido estará em boas condições para disputar as autárquicas

P- Durante este mandato de Carlos Pinto só a CDU tem feito oposição. Por onde tem andado o PS?

R- Isso não é bem assim. O PS, por intermédio do vereador na Câmara e dos presidentes de Junta socialistas, tem feito uma oposição digna e construtiva.

P- Mas ainda não se viram as ideias que pretendia implementar quando tomou posse na concelhia, nomeadamente a constituição de uma “Câmara sombra”?

R- Algumas estão ainda a ser implementadas. Tomei posse há pouco mais de um ano, num contexto de grande dificuldade, como é do conhecimento público, e estamos a fazer o possível, o que passa por muitas dessas ideias que quis e que ainda não consegui implementar. Mas estou convencido que as vamos levar adiante em breve.

P- Tendo em conta que os covilhanenses José Sócrates e Luís Patrão ocupam actualmente os cargos de secretário-geral e director geral do PS, respectivamente, não se exigiria mais da concelhia covilhanense?

R- Tenho afirmado ultimamente que o facto do secretário-geral do PS ser da Covilhã e membro desta secção nos traz responsabilidades acrescidas. E tudo deveremos fazer para honrar esse tributo que temos para com o secretário-geral. Tenho visto muitas pessoas empenhadas e, é curioso, em querer levar a causa do PS Covilhã a bom porto.

P- Mas não acha estranho que o PS não consiga bons resultados a nível local, quando as últimas eleições mostram que o distrito vota maioritariamente socialista nas legislativas?

R- Na Covilhã temos um PS com duas facetas. É muito forte e tem os resultados mais altos do país quando disputa eleições legislativas, presidenciais ou europeias. Mas depois nas autárquicas é mais debilitado e tem problemas que se traduzem numa situação de dificuldade que nós estamos a ultrapassar.

P- Acha que o PS pode ganhar as próximas eleições autárquicas?

R-Embora reconhecendo que o PS está ainda a sair de algumas dificuldades, nós somos sempre um partido de poder que ambiciona legitimamente alcançá-lo na Covilhã e no país. O PS vai estar em condições de disputar as próximas eleições em pé de igualdade com qualquer outro partido. E a nossa meta é reconquistar a Câmara da Covilhã, não é melhorar apenas o “score” eleitoral, mas ganhar.

P-Já têm ideia do candidato?

R- Falar em candidatos é sempre muito delicado e o actual contexto económico é algo que constrange muita gente, mas, de qualquer forma, o PS saberá encontrar a pessoa mais adequada para reconquistar a Câmara da Covilhã. É esse o nosso propósito e a breve trecho se saberá quem vai ser.

P-Acha que Carlos Pinto vai recandidatar-se?

R- Não sei, é um enigma. Por um lado, entendo que não quererá recandidatar-se porque sabe as graves dificuldades financeiras que vai encontrar e não vai conseguir manter o ritmo de obra inicial, como já se verifica. Por outro, sendo ele um político activo dedicado à causa pública há muitos anos e não sendo previsível que venha a integrar o Governo, não tem outra alternativa que não seja recandidatar-se à Câmara da Covilhã.

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