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Minas da Panasqueira têm novo investidor

Contrato foi assinado na última terça feira com uma empresa estrangeira

O grupo canadiano Avocet vendeu na última terça-feira os 40 por cento do capital que detinha na Beralt Tin & Wolfram (BTW), empresa que explora as Minas da Panasqueira, a uma empresa estrangeira. As negociações decorreram na última terça-feira em Inglaterra, mas até à hora do fecho desta edição “O Interior” não conseguiu saber o nome da nova accionista nem as medidas a implementar para o desenvolvimento das minas. Mas pelo que “O Interior” apurou, não se trata nem da empresa americana ComSup, especializada na venda e compra de metais e que tem adquirido várias minas por todo o mundo, nem da tailandesa SC Mining, com quem tinha havido negociações nos últimos meses.

A entrada de um novo investidor nas Minas da Panasqueira é entendida como a “tábua de salvação” para o desenvolvimento daquela exploração de tungsténio situada na Barroca Grande, no concelho da Covilhã, depois de ter sofrido uma “época negra” no ano passado. As quebras do mercado e a desvalorização do dólar face ao euro, a juntar aos milhões de euros de dívidas, quase levaram à suspensão da laboração. O Governo apoiou a empresa durante seis meses, através do Fundo Garantia Salarial, para impedir o fecho daquela exploração que emprega mais de duas centenas de trabalhadores. Findo esse apoio governamental, a direcção da BTW começou a procurar um novo parceiro para ocupar o capital social da Avocet, adquirido em 1994, e para «investir na empresa» através da aquisição de maquinaria “low-profile” para explorar novos filões de minério em níveis mais baixos, explica Fernando Vitorino, director geral da BWT. De acordo com aquele responsável, só a exploração dos níveis II e III garantem pelo menos mais 10 anos de trabalho, havendo ainda muito terreno para sondar a existência de tungsténio.

Além disso, poderá avançar-se também para a contratação de «pelo menos mais 20 trabalhadores» para manter o ritmo de produção, que só em Janeiro passado atingiu as 165 toneladas de tungsténio extraído. «Um dos melhores resultados dos últimos anos e será provavelmente o mês em que não teremos prejuízos», acrescenta Fernando Vitorino.

BTW e STIM em negociações hoje

Entretanto, a direcção da BTW começa a negociar hoje os aumentos salariais para este ano com o Sindicato dos Trabalhadores da Industria Mineira (STIM). Tendo por base o crescimento da produção da extracção de tungsténio, os sindicalistas reivindicam um aumento de 30 euros por trabalhador que, a juntar a outros aumentos propostos, formam um aumento de cerca de 30 por cento, ou seja, 144 euros por trabalhador. «É completamente impossível fazer esse aumento, estando a empresa a tentar sobreviver», sublinha Fernando Vitorino, lembrando que as Minas da Panasqueira não são «de ouro» pelo que é necessário ter os «pés bem assentes no chão» quando se exige o aumento dos salários. «Era bom que pudéssemos dar esse aumento, mas não podemos», garante, deixando antever que as negociações não serão nada pacíficas, ainda para mais com a chegada de um novo accionista.

Liliana Correia

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