O Projéc~ anda numa roda viva. Um mês depois de estrear “A Dama Pé de Cabra”, de Alexandre Herculano, a estrutura de produção teatral do TMG já tem em palco mais uma peça, desta vez a partir de poemas de Miguel Torga.
“Fragas”, que está no grande auditório até sábado, tem a encenação de João Neca e conta a história de um relacionamento de mãe e filho entre fragas. A interpretação é de Sílvia Brito e António Rebelo. «Os laços de amor, mesmo os mais fortes, os de uma mãe, duram para sempre? Pode um simples ser humano rejeitar o que o seu corpo criou e alimentou, alguém que a sua alma adorou durante anos, o seu sangue que não lhe corre nas veias? Conseguirá o tempo, imperador dos homens, romper as maiores raízes que o coração uniu? O Homem nem sempre nasce bom e a sociedade, boa ou má, nem sempre corrompe», refere o encenador no texto de apresentação do espetáculo. “Fragas” é a primeira encenação profissional do guardense João Neca. Licenciado e mestre em Estudos Artísticos, com especialização em Teatro na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, o jovem encenador trabalhou com O Bando em “Pedro e Inês”, mas estreou-se por cá aos 5 anos no extinto grupo de teatro amador Teatro à Vela.
Mais recentemente dedicou-se à escrita, dramaturgia e encenação de vários espetáculos, entre 2008 e 2011, no grupo de teatro “Gambozinos e Peobardos”, também da Vela, freguesia do concelho da Guarda. Miguel Torga (1907-1995) é o pseudónimo literário do médico Adolfo Correia da Rocha, que se transformou num dos grandes vultos da história da literatura portuguesa. Poeta, ficcionista e ensaísta, a sua obra é uma exaltação da natureza, do homem e da sua terra natal transmontana (São Martinho de Anta, Sabrosa). “Fragas” é a 15ª produção do Projéc~.
