1. Ao segundo momento da sua aventura a solo, no tema titulo “Outro Universo”, Melo D apregoa: “O trabalho é fruto de um interesse e paixão, manos que não sucumbem a lei do cifrão”. Ora pela boca morre o peixe e se não morre fica rouco, o que vai dar ao mesmo para quem canta. O remédio santo está-se mesmo a ver qual é, pastilha calmante revestida de efeito Tv (ver pub.). O artista foi apanhado na fina trama do seu ofício, o do suposto jogo de palavras. Melo D fica refém de um discurso desarticulado e de uma vacuidade assustadora, sem métrica e preso na evidência do que de pior tem uma determinada facção da música urbana negra, busca de identidade em pleno processo de maioridade. Melo D uma vez mais assassina as batidas (“Outro Universo” ate é um interessante registo instrumental) como já o tinha feito perante o virtuosismo dos Cool Hipnoise e ainda tem o desplante de dizer que “apresenta um novo estilo”. A pregação da genialidade sucumbe perante a náusea repetitiva do que mais falta, “boas vibrações” ou se preferirem, “Good vibes”.
Por: Bruno Reis
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