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MegaRede moderniza comércio tradicional

Mais de 100 estabelecimentos do distrito da Guarda vão ser contemplados com os terminais de acesso à Internet

«Chamar mais pessoas ao comércio tradicional» é um dos grandes objectivos do projecto MegaRede, a maior rede de serviços de Portugal, que a Associação Comercial da Guarda (ACG) apresentou na última segunda-feira. Tarefas como pagar a factura da água, pedir uma certidão à Câmara, comprar um bilhete para o comboio ou fazer uma reserva num hotel vão passar a ser possíveis de realizar numa loja perto de si. Ao todo, vão ser, pelo menos, 100 os estabelecimentos do comércio tradicional que em todo o distrito da Guarda vão passar a ter disponíveis os terminais MegaRede já a partir de Setembro.

Em todos os 14 concelhos do distrito da Guarda, a ACG já recebeu «mais de 200 candidaturas», não tendo havido ainda «nenhum» comerciante que não se tenha mostrado interessado no projecto, explica Paulo Manuel, vice-presidente da Comercial. Contudo, nem todas as lojas candidatas vão receber, de forma totalmente gratuita, o monitor “touch screen”, a ligação à Internet de banda larga e uma pequena impressora, que constituem o terminal MegaRede, sendo a selecção feita pela empresa responsável pelo projecto a nível nacional. Assim, «lojas com grande frequência de visitas como uma pastelaria poderão ser interessantes para a MegaRede», frisa Paulo Manuel. Só na cidade da Guarda deverão ser instalados terminais em 30 lojas do comércio tradicional, sendo que a vila de Gonçalo também deverá ter um e aldeias como Valhelhas ou Famalicão da Serra com «dimensão crítica» e sujeitas a um «maior isolamento» também deverão ser contempladas. O dirigente explica que o «objectivo essencial» da Mega Rede é «chamar pessoas à loja do comércio tradicional». Até porque, enquanto paga a factura da água, por exemplo, o cliente poderá aproveitar para comprar outros artigos no estabelecimento do comerciante. Com este serviço, os clientes poderão fazer, «com toda a comodidade», o pagamento da factura telefónica, uma reserva num voo da TAP, alugar um carro na AVIS, adquirir um bilhete para um autocarro da Joalto ou da CP, entre muitos outros serviços que são disponibilizados.

Paulo Manuel salienta que este projecto «visa apoiar o comércio tradicional através da disponibilização destes serviços», mas que «só faz sentido numa lógica de atendimento personalizado em que o comerciante tem que se envolver activamente», frisa. Deste modo, trata-se de “juntar o útil ao agradável”, uma vez que este conjunto vasto de serviços «traz comodidade aos clientes», ao mesmo tempo que «traz mais gente à loja», indica. Os primeiros aparelhos desta forma de «revitalizar o comércio tradicional» deverão ser instalados no distrito da Guarda até ao final de Setembro. Para além de não «trazer quaisquer custos para os comerciantes», os terminais MegaRede são «máquinas muito simples de trabalhar», já que nem teclado têm. «É tudo feito com um simples tocar de dedo», salienta Paulo Manuel, sendo que os comerciantes ainda têm a vantagem de contactarem mais de perto com a Internet. O projecto MegaRede é uma iniciativa da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e da Portugal Telecom. A nível nacional, o projecto representa um investimento de cerca de 54 milhões de euros e deverá abranger cerca de seis mil postos de venda nos próximos cinco anos.

Ricardo Cordeiro

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