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Mais qualidade na Região Vitivinícola da Beira Interior*

No último editorial intitulado “Mudança de Rumo”, no seu ponto 2, Luís Baptista-Martins aborda o sector vitivinícola na região da Beira Interior e diz que a Norte da Beira Interior os concelhos de Foz Côa e Mêda asseguram a produção de alguns dos melhores e mais prestigiados vinhos do Douro e que a Oeste Seia e Gouveia são também responsáveis por alguns dos melhores vinhos do Dão. Factos que me apraz registar e que, de resto, muito me agradam.

Já para V. Exa. o resto, ou seja a Região Vitivinícola da Beira Interior, onde se encontram as sub-regiões de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira são uma “Oportunidade de perdida”.

Quero dizer que, se é verdade que grande parte dos viticultores da região são associados de adegas cooperativas, também o é que, nas tais regiões, ano após ano, estão a surgir produtores particulares com qualidade equiparada à restante realidade do país.

Refiro, só a título de exemplo, que no último concurso internacional de Berlim em Fevereiro último, entre mais de 1.438 vinhos de todo o mundo, a Beira Interior teve uma medalha de prata e 6 menções honrosas em sete empresas da região que participaram no referido evento e que as restantes regiões vitivinícolas portuguesas tiveram no total 8 medalhas! Numa outra prova cega (onde o júri não sabe a origem dos vinhos), patrocinada pela Viniportugal e denominada “Fine Wines Board”, com o objectivo de se escolherem vinhos que se adaptam aos mercados alvo dos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, entre 8 escolhas para este último mercado foi seleccionado um vinho da Beira Interior.

Estes são apenas dois exemplos para demonstrar que a região tem muita qualidade e muito potencial. Ao nível enológico, tem dos melhores e mais prestigiados enólogos do país, que prestam serviços nas diversas empresas. Devo ainda dizer que a CVR da Beira Interior certifica anualmente cerca de 6 milhões de litros de vinho de qualidade (DOC Beira Interior e Vinho Regional Beiras) e que, nos últimos anos, tem vindo a aumentar a venda destes vinhos, vendendo anualmente mais de 3,3 milhões de garrafas de vinhos com as menções DOC Beira Interior e Vinho Regional Beiras.

Exporta vinhos para mercados tão diversos como os EUA, o Brasil, a Austrália, a China, os países nórdicos, a Alemanha, França, Inglaterra, Rússia, etc.

É certo que a região ainda não está onde todos queremos, mas, ano após ano, está a crescer cada vez mais em qualidade e visibilidade. Infelizmente na Beira Interior muita gente ainda acha que o que é de fora é que é bom! Mas com persistência, e maior visibilidade dada pela comunicação social ao que de bom se faz efectivamente na Região Vitivinícola da Beira Interior, estou certo que a nossa região irá crescer cada vez mais!

* Título da responsabilidade da redacção

Rodolfo Queirós, carta recebida por e-mail

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