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Guarda quer sede do Centro Hospitalar

Moção do PSD reivindica serviços centrais do CHBI no âmbito da requalificação do Sousa Martins

A Assembleia Municipal da Guarda aprovou, na semana passada, uma moção a exigir que a sede do futuro Centro Hospitalar da Beira Interior (CHBI), em fase de criação entre os hospitais da Covilhã, Castelo Branco e Guarda, fique na cidade. O documento foi apresentado por João Prata (PSD) e aprovado por maioria, com os votos contra do PS, seguindo agora para a Governadora Civil e o ministro da Saúde.

No âmbito da requalificação do Hospital Sousa Martins, o deputado municipal entende que se deveria «reservar uma área própria para os serviços centrais do CHBI, cuja sede deve ser na Guarda». João Prata adiantou que esta proposta serve para «manifestar aos decisores que a cidade não está desatenta e quer intervir no processo de criação do centro hospitalar». Por outro lado, sustentou que «já é tempo» da Guarda acolher a sede de um organismo público de relevo no contexto regional. «Como estamos mais habituados a ver fechar serviços, essa opção não será pedir demais», garantiu o também presidente da Junta de Freguesia de S. Miguel, a mais populosa da cidade. Já o deputado socialista Nuno Almeida explicou o voto contra da sua bancada com o argumento de que a constituição do CHBI ainda está longe da conclusão: «Consideramos que aprovar esta moção é um tiro no pé, pois não traz nada de positivo para o processo. Antes pelo contrário, até pode ser prejudicial à negociação das valências que ficarão em cada unidade», disse.

Da bancada socialista veio outra proposta a reclamar do Governo medidas de discriminação positiva para fixar pessoas e fomentar o desenvolvimento da Guarda. Segundo Eduardo Matas, a redução dos preços dos combustíveis para aquecimento (gasóleo, gás e electricidade) e a criação de incentivos à fixação de empresas serão duas opções necessárias para «evitar que o interior seja cada vez mais interior». Estas recomendações serão enviadas aos «respectivos ministérios», disse Joaquim Valente, que voltou a defender as contas de 2006. «É verdade que o grau de execução não é elevado, mas nem poderia ser, pois aumentaria o endividamento da Câmara», reconheceu. Recorde-se que o passivo municipal é da ordem dos 46 milhões de euros, dos quais 25 milhões são de dívida a curto prazo e 21 milhões a longo prazo.

Para o deputado social-democrata Ricardo Neves de Sousa, as dívidas seguem uma tendência crescente relativamente a 2005 (mais 14 por cento). «É o exemplo de um manifesto descontrolo de gestão», acusou, exemplificando que a dívida a curto prazo já é «53 por cento da dívida total». As intervenções de Pereira da Silva (CDS), Jorge Noutel (Bloco de Esquerda) e Júlia Sobral (CDU) tiveram em comum a responsabilização dos executivos socialistas pelo estado das contas do município. Já Nuno Almeida veio a terreiro destacar o «grande esforço de gestão, nomeadamente no refrear da despesa», enquanto o presidente da Câmara garantiu que «o PS tem escolhido os investimentos que são determinantes para a Guarda nos últimos anos». Os documentos foram aprovados por maioria, com os votos do PS, CDS e grande parte dos presidentes de Junta.

Luis Martins

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