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Maioria das vítimas do acidente na A23 recorre da sentença

Recursos sustentam que o motorista do autocarro acidentado também deve ser condenado, porque teve responsabilidades no despiste

A maioria das vítimas do acidente na A23, que em 2007 matou 17 pessoas, recorreu da sentença que condenou a condutora do ligeiro envolvido a quatro anos de prisão com pena suspensa, adiantou o advogado João Marcelo, que representa as famílias de 14 dos passageiros falecidos e ainda 17 feridos. A automobilista também entregou no Tribunal de Castelo Branco o pedido de recurso, revelou o seu advogado, Sérgio Marques.

Ambos os recursos sustentam que o motorista do autocarro acidentado também deve ser condenado, porque teve responsabilidades no acidente. As contestações vão agora ser analisadas pelo Ministério Público, pelas diferentes partes no processo e pelo juiz, antes de serem enviadas para o Tribunal da Relação de Coimbra. O desastre de 5 de Novembro de 2007 resultou do embate entre um ligeiro e um autocarro com alunos da Universidade Sénior de Castelo Branco. Questionado pela Lusa, João Marcelo negou que o pedido de recurso para condenação do condutor seja uma forma de conseguir maiores indemnizações graças a culpas repartidas. «Não é disso que se trata, até porque neste momento acho que já existem provas mais que suficientes para poder demandar as duas seguradoras no processo cível», sublinhou.

O advogado referiu ainda que é seu entendimento que o condutor do autocarro «teve responsabilidades claras no acidente e houve prova que não foi devidamente avaliada, nomeadamente a reconstituição do acidente». A mesma tese defende Sérgio Marques, que representa Carina Rodrigo: «Entendemos que não foram apuradas, como deviam ser, as causas do acidente, que aconteceu porque o autocarro fez um desvio para a faixa de rodagem do ligeiro. Há provas no processo e depoimentos que o comprovam», alega.

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