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Lotes da PLIE com preço «atractivo e competitivo»

Presidente do Conselho de Administração adianta que preço-base do metro quadrado será decidido nas próximas semanas

O preço-base do metro quadrado nos lotes da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda será «atractivo e competitivo», garante Joaquim Valente. O presidente da Câmara e do Conselho de Administração (CA) da sociedade gestora do empreendimento revelou, na passada quarta-feira, que esse assunto ficará decidido na próxima reunião do CA, que deverá acontecer nas próximas semanas. «Vamos avaliar os custos que existiram, mas queremos que o montante não seja repulsivo para os investidores», acrescentou.

Na última reunião de Câmara o executivo aprovou a operação de loteamento da PLIE, que nesta fase tem 196 lotes disponíveis. Tudo para que, no decurso desta semana, se faça a respectiva escritura na Conservatória a favor da sociedade. «As transacções só vão iniciar-se depois dos terrenos serem transferidos para a PLIE», afirmou o edil, reiterando que já terá havido «bastantes solicitações» para a disponibilização de terrenos. «O que podemos fazer a partir de agora, com óptimas infraestruturas, boas acessibilidades e excelente localização estratégica. Queremos, por isso, que o preço do metro quadrado seja competitivo no mercado», sublinhou. De resto, Joaquim Valente está muito optimista quanto à instalação de empresas: «Há investidores portugueses interessados, mas também estrangeiros e algumas “holdings” parceiras de empresas portuguesas», revela, sem concretizar quantas e quem são. Estão então definitivamente aberto o caminho para o arranque da PLIE, esperado há sete longos anos.

De acordo com o Plano de Pormenor, o futuro pólo industrial da Guarda abrange cerca de 96 hectares. Os objectivos da PLIE consistem em tornar a cidade da Guarda «num centro capaz de articular cadeias logísticas nacionais e internacionais, melhorar a oferta de infraestruturas e de gestão de transportes terrestres, desenvolver de forma coordenada políticas de desenvolvimento industrial e logístico, bem como redes de telecomunicações e de serviços», lê-se ainda. Actualmente está a ser ultimada a construção dos acessos ao empreendimento e decorrem as obras das infraestruturas da área de localização empresarial e de serviços, com mais de 30 hectares. Trata-se da zona 2 do futuro pólo industrial que está a nascer na Quinta dos Coviais, perto da auto-estrada da Beira Interior (A23) e das linhas ferroviárias da Beira Baixa e Beira Alta. Recorde-se que a plataforma logística vai ter capacidade para alfandegar e desalfandegar as mercadorias e bens que entram e saem de Portugal.

Uma tarefa apenas praticada até agora nos portos nacionais e que o Governo atribuiu às quatro plataformas transfronteiriças (Guarda, Chaves, Elvas e Valença) que integram a Rede Nacional, composta por onze projectos, apresentada no ano passado. No caso da Guarda, o Governo pretende que seja o “braço terrestre” dos portos de Leixões, Aveiro e Figueira da Foz, em articulação com a plataforma de Salamanca. Para tal contam os «bons acessos rodoviários» à PLIE, servida pela A23 e A25, e futuramente pela construção de um ramal de ligação à Linha da Beira Alta, a partir da qual é possível aceder à linha da Beira Baixa.

O investimento total previsto é de 34 milhões de euros, incluindo oito milhões para a construção do ramal ferroviário, refere o dossier da Rede Nacional. De acordo com aquele documento, então apresentado, em 2004 saíram por Vilar Formoso mais de 12,5 milhões de toneladas de mercadorias e entraram mais de 14 milhões, o que faz desta a principal fronteira terrestre do país em termos de transacções comerciais. Um fluxo de que a PLIE deverá tirar grande proveito. Assim espera a autarquia.

Terceiro “shopping” da Guarda com parecer favorável

A Câmara deu parecer favorável à localização de um terceiro centro comercial na cidade. Trata-se do “Guarda Power Center”, cuja construção está planeada para junto do parque industrial, à beira da Viceg (Via de Cintura Externa da Guarda). O projecto, da responsabilidade da empresa Grande Solar Construções SA, de Matosinhos, ainda está na fase dos pareceres prévios das entidades competentes, mas já tem o aval da autarquia.

«Da nossa parte o trabalho está feito, tendo apenas sido exigidas ao promotor algumas alterações em termos de acessibilidades», referiu Joaquim Valente, após a reunião de Câmara. Para o autarca guardense a construção de um terceiro “shopping” na cidade não é problemática: «Antes pelo contrário, é sinal de que a Guarda é um local interessante para investir, pois está “à porta” do mercado espanhol e é servida por duas boas auto-estradas (A23 e A25), que alargam a área de influência deste tipo de projectos», sublinhou. O volume do investimento ainda não foi divulgado, nem tão pouco se sabe quantos postos de trabalho serão criados no futuro espaço comercial.

O que já se conhece do “Guarda Power Center” é que será um “retail park” e “hard discount” com produtos de marca a preços reduzidos. Terá um parque de estacionamento para 500 viaturas, um hipermercado com 4.600 metros quadrados, mais de 5.000 metros quadrados reservados a lojas-âncora e 800 destinados a lojas satélite, além de uma área para restaurantes e bares.

Recorde-se que, na Avenida dos Bombeiros, já está em construção o Vivaci, do grupo FDO e da guardense José Monteiro de Andrade, estimando os seus promotores que possa abrir no Outono de 2008 com 100 lojas, um multiplex de cinemas, um supermercado e restaurantes. O investimento previsto é superior a 31 milhões de euros.

À espera da aprovação do Plano de Pormenor, e do consequente licenciamento junto das entidades competentes, está ainda o “Guarda Mall”, dos holandeses da TCN. O empreendimento, orçado em 30 milhões de euros, incluirá o futuro mercado municipal e a central de camionagem, além de um hipermercado, quatro salas de cinema, área de restauração e cerca de 100 lojas. Com estes dois projectos serão criados cerca de 4.000 postos de trabalho directos e indirectos.

Luis Martins

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