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Lista única eleita para a Assembleia da ComurBeiras

Escrutínio teve 193 votantes, dos quais 176 votaram no elenco liderado por José Augusto Marques. Presidência será decidida a 30 de Março

A única lista aceite a sufrágio para a Assembleia da Comunidade Urbana das Beiras foi sufragada por perto de 58 por cento dos cerca de 330 eleitores em condições de votar. A lista liderada por José Augusto Marques (Almeida), que integrou eleitos do PS e PSD nas Assembleias Municipais dos 12 concelhos da ComurBeiras, obteve na passada sexta-feira 176 votos dos 193 votantes, tendo sido registados 17 votos brancos e seis nulos, segundo adiantou a “O Interior” José Manuel Biscaia, autarca de Manteigas. Ainda não há data marcada para a sua tomada de posse, mas já são conhecidos os pedidos de impugnação do acto interpostos pela CDU e o PP.

Adiada, mas para 30 de Março, está também a eleição do primeiro presidente da Junta da ComurBeiras, decisão que devia ter saído de uma reunião entre os autarcas realizada na noite de sexta-feira em Belmonte. Contudo, a falta de consenso veio ao de cima, uma vez que Júlio Sarmento, presidente da Câmara de Trancoso, propôs o nome do covilhanense Carlos Pinto para liderar a primeira Comunidade Urbana da Beira Interior. Até então, José Manuel Biscaia era o único candidato conhecido à presidência daquele órgão, uma vez que o seu município vai acolher a sede da Junta da ComurBeiras. A sugestão foi subscrita de imediato pelo presidente da Câmara de Penamacor, Domingos Torrão, enquanto outros dos autarcas presentes deixaram aparentemente cair o alegado consenso que existia em torno do edil manteiguense. Curiosamente, Biscaia não participou na reunião, a par de Armando Pinto Lopes (Figueira de Castelo Rodrigo) e António Morgado (Sabugal). Mas para Júlio Sarmento, Carlos Pinto é o «homem certo, no momento certo, para liderar a ComurBeiras», confirmando, por outro lado, não haver «grande entusiasmo» para o lugar, pois o mandato dura apenas até às próximas autárquicas.

Quem espera para ver é também José Manuel Biscaia, que quer conhecer melhor o programa do novo Governo sobre esta matéria, sobretudo no que ao relacionamento diz respeito. «Se não houver uma clarificação rápida, corremos o risco de continuar à espera de saber o que se pode contratualizar com o poder central e quais são as atribuições das Comunidades Urbanas. É mais tempo que se perde», refere, adiantando que a ComurBeiras «custou muito a fazer» para que seja posta em causa ou se atrase com estas indefinições. Quanto às eleições, o autarca, que integrou a comissão eleitoral juntamente com Amândio Melo (Belmonte), diz que a presidência da Comunidade deverá resultar «sempre de uma decisão consensual» entre os doze presidentes e que o «divisionismo não é seguramente bom num universo tão pequeno». Já os pedidos de impugnação apresentados pela CDU e PP são considerados «normais numa democracia activa». José Manuel Biscaia sublinha que a decisão de que as listas deviam ser constituídas por 37 elementos é «a interpretação que parecia mais correcta à comissão eleitoral, mas agora terá que ser o tribunal administrativo competente a clarificar o assunto». A polémica teve, pelos vistos, influência no escrutínio, já que apenas 19 deputados, todos do PSD, votaram na Covilhã, num universo de 39, e 30 (de um total de 57) na Guarda, 18 dos quais a favor da única lista a sufrágio.

A ComurBeiras é constituída pelos concelhos de Guarda, Almeida, Celorico da Beira, Meda, Trancoso, Sabugal, Manteigas, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, e de Belmonte, Covilhã e Penamacor, do distrito de Castelo Branco. A sede da Assembleia da Comunidade ficará em Belmonte, enquanto Manteigas acolherá a Junta.

Luis Martins

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