Era uma vez um governo PS
Com um Primeiro que era só finesse.
E as figuras de Estado
De bico calado
Para que asneira nenhuma dissesse.
Na oposição havia um partido
Que o Santana tinha destruído
E o Mendes agora
Com o língua de fora
Quer ganhar o tempo perdido.
A bancada do lado da esquerda
Ganhou votos à direita em perda.
Mas entre trotskystas
E mais estalinistas
Se se zangam só pode dar merda.
No PP e discípulos do guru
O CDS deu um pontapé no cu.
Veio a aristocracia
Da mamã e da tia
Que não trata os meninos por tu.
Portugal, terra do telemóvel
E de dívidas para ter automóvel,
Onde ninguém lê
Agarrado à TV,
O Saramago é que ganha um Nobel.
Do que Eça – e Camilo – carpia
Sobre ninguém perceber ironia
Está bem presente
No nosso Presidente
Que diz o contrário daquilo que queria.
Era uma vez um país à beira-mar
Conhecido pela arte de navegar.
Com os anos passados
E os fundos esgotados
Não há remédio senão emigrar.
Eu vi um belo de um ornitorrinco
Sentado para o seu chá das cinco
Não tinha miolos
Só uma saia de folhos
E umas cuecas fechadas com trinco.
Por: Nuno Amaral Jerónimo