Um jogo entre concorrentes directos teria obrigatoriamente que ter uma forte componente emotiva. E emoção foi coisa que não faltou no encontro que opôs o Lameirinhas à equipa da Universidade do Minho na “Cidade dos Arcebispos”. Apenas os primeiros minutos foram de alguma contenção por parte das duas formações e poucas oportunidades de golo.
A inauguração do marcador coube ao número 5 nortenho, Catarino, que, ao minuto 4’04″, levou a bola ao fundo da baliza de Luís Fernandes. Nos minutos seguintes, os visitantes quiseram reagir e poderiam ter empatado por várias vezes quer por investidas individuais, quer por jogadas de conjunto, primeiro com um bom entendimento entre os irmãos Torres e de seguida entre Nuno e Bruno Torres, mas este último levou a bola ao poste da baliza bracarense. Aos 8’41″ Kiwi rematou com perigo, mas um defesa jogou a bola com a mão e evitou o golo. Para espanto geral, aquilo que toda a gente viu passou despercebido à dupla de arbitragem. Os guardenses não se deixaram abater e continuaram a atacar, mas a sorte não estava do lado dos pupilos de Paulo Alves. Tiago quase empatou à passagem do décimo minuto. Trinta segundos depois, nova falha da equipa de arbitragem que, uma vez mais, ignorou uma falta a favor do G.D.R.L. E, claramente contra a corrente do jogo, surgiu o segundo golo dos minhotos em consequência de novo erro dos homens do apito, que penalizaram os visitantes com uma falta inexistente. A partir daí foi a turma da Guarda a comandar os acontecimentos e não admirou que tenha empatado a partida até ao intervalo. Nos últimos vinte segundos, primeiro por Pinto, que numa jogada de mestre, fintou dois adversários para, de seguida, fazer o 2-1. E depois Bruno Torres fez o empate com um potente remate de fora da área. O intervalo chegou com o resultado em 2-2.
Na segunda metade da contenda, ambas as formações tudo fizeram para amealhar os três pontos, mas enquanto os anfitriões apenas tinham como adversários a equipa da Guarda, os visitantes tiveram também como opositora uma outra equipa, a que viajou do Porto e era composta por Joaquim Ribeiro e José Moutinho. Foram inúmeras as vezes em que a equipa da Guarda foi prejudicada pela arbitragem, ora por falta de marcação de livres contra os universitários, ora pela intimidação na marcação de faltas inexistentes contra o Lameirinhas. De referir que apesar de, em nosso entender, ser a equipa menos faltosa, foi o G.D.R.L. que jogou os últimos sete minutos com a quinta falta assinalada. Polémica à parte, os bracarenses obtiveram o terceiro golo à passagem dos 12’, após a melhor jogada de toda a partida. Contudo, da cidade mais alta viajou gente com vontade de vencer. E após várias tentativas, a divisão dos pontos entre as duas formações apareceu ao minuto 15’30 pelos pés de Pinto que, à entrada da área adversária, ganhou a bola e, não facilitando, fez o 3-3. Os comandados de Paulo Alves ainda dispuseram de novas oportunidades para chegar à vitória. Quando faltavam cerca de quatro minutos para o fim, Pinto levou a bola ao poste da baliza nortenha e a 1’47″ tudo poderia ter sido resolvido da melhor forma não fosse a falta de calma de Pinto que, depois de um remate de Bruno defendido pelo guardião, permitiu nova defesa na recarga. Como se não bastasse, deixou novamente que o adversário lhe negasse o golo num segundo ressalto. O empate é um resultado que sabe a muito pouco, tendo em conta o jogo feito pelo Lameirinhas e a sua necessidade em somar pontos. Neste jogo, a formação alinhou com Luís, Kiwi, Nuno, Ricardo, Tiago, Óscar, Pinto, Bruno Lisboa, Carlos, Torres, Tó Zé e Isac. No sábado, o Lameirinhas volta a jogar fora perante o Paredes, sétimo classificado da prova.
Rui Carvalhinho
