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Hospital Distrital de Seia entre os mais despesistas da região Centro

Sousa Martins surge dentro da média nacional no relatório divulgado segunda-feira pelo Ministério da Saúde

O Hospital Distrital de Seia é, em comparação com 2002, uma das unidades hospitalares mais “gastadoras” da região Centro, isto apesar de ter sofrido uma diminuição no número de cirurgias. Esta é uma conclusão do relatório da actividade dos 23 hospitais do Sector Público Administrativo (SPA) no ano passado, divulgado na passada segunda-feira em Coimbra pelo ministro da Saúde. No cômputo geral, Luís Filipe Pereira classificou de «positivo» o desempenho destas unidades, mas não deixou de alertar para a necessidade de ter que haver uma redução de custos. Já o Hospital Sousa Martins, da Guarda, está dentro da média nacional com cinco por cento de acréscimo de despesas.

Entre os hospitais da região Centro que viram as suas despesas aumentar de forma gradual em 2003 encontra-se o Nossa Senhora da Assunção, em Seia, que apresenta um acréscimo de 12,5 por cento. Perante uma lista de 29 unidades hospitalares, a estrutura senense aparece no “top” da lista dos mais “gastadores”, apenas suplantada na Beira Interior pelo Amato Lusitano, de Castelo Branco, que apresenta um aumento de 13,1 por cento. O Hospital Distrital de Seia viu ainda as cirurgias diminuírem 3,9 por cento, em relação a 2002, enquanto que as consultas aumentaram 5,9 por cento. Já o Amato Lusitano registou um aumento de 16,8 por cento nas intervenções cirúrgicas e de apenas 2,7 nas consultas externas. No que concerne ao Hospital Distrital da Guarda, apresenta um aumento de despesas na ordem dos cinco por cento, ao passo que se verifica um crescimento de sete e nove por cento a nível de consultas e cirurgias, respectivamente, comparativamente a 2002. Citado pela agência Lusa, o ministro salientou que as despesas de exercício na região Centro aumentaram 9,2 por cento relativamente a 2002, um número que fica situado «bem acima da média nacional», estimada em 5,1 por cento, ao contrário do número de consultas e de cirurgias, que ficaram «abaixo da média».

O Ministro da Saúde afirmou que 2003 «foi um ano positivo», em virtude de ter havido um «acréscimo da prestação de cuidados para a população», mas considerou ser agora tempo de se «olhar para a racionalização de recursos». Neste sentido, foi destacado o aumento dos custos com pessoal, que se situou nos 5,5 por cento, e o sector das compras de produtos farmacêuticos e de material clínico, com um acréscimo de 14,3, um dado que exige «uma reflexão aprofundada», na opinião do governante. De acordo com os dados da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, as despesas com pessoal subiram de cerca de 331 milhões de euros para mais de 349 milhões de euros em 2003. Já os custos com compras passaram de 130 milhões de euros para 148 milhões. Luís Filipe Pereira encarregou Fernando Andrade, presidente da ARS do Centro, de analisar a situação com as respectivas administrações hospitalares da região Centro, até porque o aumento dos custos necessita de ser avaliado «caso a caso», admitindo mesmo que possa haver justificação nalgumas situações. Em relação à produtividade, as consultas externas subiram 4,5 por cento, quando a média nacional se situou nos 7,6, ao passo que as cirurgias aumentaram 5,4, contra 6 por cento a nível nacional. Quanto aos dados da Guarda, eles só serão divulgados na próxima semana. Entretanto, a ARS do Centro já publicou o anúncio do concurso público para a elaboração do projecto de execução da ampliação e remodelação do Hospital Distrital de Seia.

Ricardo Cordeiro

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