A Lactovil, Lacticínios de Trancoso SA, iniciou, na semana passada, o processo de extracção da água do soro, resultante do fabrico do queijo, que é aproveitada para o consumo interno da unidade. E desde Fevereiro que a empresa está a vender o soro produzido à empresa espanhola Lácteas Cobreros, garante Pedro Pinto, responsável da Lactovil.
Trata-se de novos procedimentos que se destinam «a melhorar o ambiente e a aproveitar um desperdício», acrescenta, explicando que «ao retirar o soro já não há desperdícios». Do ponto de vista ambiental, «os resultados estarão à vista a médio prazo», espera António Oliveira, vice-presidente da Câmara de Trancoso, para quem «o facto da totalidade do soro não ir para as albufeiras trará melhorias na bacia». Segundo Pedro Pinto, a empresa investiu cerca de um milhão de euros na aquisição de duas máquinas, uma que efectua o processo de concentração do soro e outra que faz o aproveitamento da água do soro. De resto, garante que, apesar de ter sido «autuada várias vezes» devido a descargas, a Lactovil nunca foi acusada pelo poder judicial e não tem tido reclamações. O soro concentrado é transportado diariamente para Figueira de Castelo Rodrigo, onde labora a Lácteas Cobreros, empresa originária da província de Zamora que adquiriu, em Setembro de 2006, a antiga Lacticínios da Marofa.