A marcação serrada já começou na corrida à Câmara da Guarda. Uma semana depois de Ana Manso é a vez de Joaquim Valente oficializar, na próxima segunda-feira, a sua candidatura. A sessão de apresentação vai contar com a presença de Jorge Coelho, coordenador nacional do PS para as autárquicas. Ao engenheiro cabe a responsabilidade de não deixar escapar uma Câmara socialista desde sempre, mas que nas últimas eleições locais esteve a pouco mais de mil votos de mudar de mãos. Incidente de percurso ou viragem eleitoral? Só em Outubro se saberá.
Sabe-se já que Joaquim Valente vai avançar com uma equipa renovada. Carlos Almeida, advogado na Guarda e amigo pessoal do candidato, e Vergílio Bento, actual vereador, são os primeiros nomes que supostamente irão acompanhá-lo. Mas nada está confirmado. Arredados da lista estarão também os dirigentes da concelhia socialista local, caso de António Saraiva, director-executivo do PolisGuarda e líder do PS guardense. O candidato quer caras novas e algumas das suas escolhas prometem surpreender os próprios socialistas. Contudo, o silêncio é de ouro e ajuda a criar a expectativa até segunda-feira. Só que o dia será exclusivamente dedicado ao candidato e às suas primeiras propostas, esperando-se igualmente uma resposta à polémica do novo/velho hospital. Joaquim Valente é um grande amigo de José Sócrates, estudaram Engenharia juntos em Coimbra, mas o seu nome foi o que menos intenções de voto acolheu numa sondagem promovida pelo partido no ano passado, embora também derrotasse qualquer candidato do PSD na Guarda.
À sua frente ficaram Esmeraldo Carvalhinho, vereador há quatro mandatos e que é candidato em Manteigas, José Igreja, actual presidente da Assembleia Municipal, e António Saraiva, presidente da concelhia. Uma “partida” nada auspiciosa para o antigo vereador, que, contudo, sempre foi o candidato a candidato mais bem posicionado na “grelha de partida” da estrutura local e nacional. Mesmo assim o engenheiro só derrotou Saraiva por seis votos numa votação final muito renhida na concelhia. Joaquim Valente é actualmente vogal do Conselho de Administração da sociedade PolisGuarda, de que é simultaneamente director técnico, e foi nomeado em Fevereiro director da Refer para as linhas da Beira Alta e Beira Baixa, área em que foi responsável pelas obras de electrificação da linha da Beira Alta. Foi presidente da Junta de Freguesia do Porto da Carne (Guarda) e ex-vereador na Câmara da Guarda entre 1997-2001. Nas autárquicas desse ano foi candidato socialista à Câmara de Celorico da Beira, perdendo para Júlio Santos, pelo que passou a ocupar o cargo de único vereador do PS naquele município, que abandonou há duas semanas para se dedicar às próximas autárquicas. Fora da política, foi dirigente desportivo e ocupou o cargo de presidente da Associação de Futebol da Guarda entre 2001 e 2003.
Luis Martins
