João Reis e Ana Nave evocam Alexandre O’Neill em “Portugal, Meu Remorso”, que será apresentado sábado à noite na caixa de palco do grande auditório do TMG.
Trata-se de um tributo assumido «das nossas inquietações e incertezas, da nossa admiração pelo poeta que apostava tudo na vida “mesmo que errada”», referem os atores a propósito deste trabalho que também dirigem artisticamente. «Verbalizar os dislates da vida e do amor à luz de um país incerto é um exercício que na escrita e na personalidade de O´Neill se transforma numa espécie de combustível sem limites, desígnio perfeito para uma vida inspirada», acrescentam, considerando que «seria difícil imaginar uma cabeça mais feérica e tão distintamente irónica» como a de Alexandre O´Neill para, «na possibilidade de uma travessia pelo Portugal dos nossos dias (o país europeu com tiques e vícios de ontem) lhe dar um sentido à altura das suas enormes encruzilhadas». Se em muitos aspetos O´Neill foi um poeta incompreendido e indecifrável, é certo que se tornou um dos grandes do século XX, com vida cheia e literalmente profícua e a contaminar tantas e tantas criaturas.