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“Jardim da Luz” ainda não abriu

O moderno equipamento educativo foi inaugurado há cerca de seis meses, mas continua sem crianças

A creche do Bairro da Luz foi inaugurada com pompa e circunstância no dia da cidade, a 27 de Novembro, mas o novo equipamento educativo ainda não está a funcionar. Segundo o vereador do pelouro da Educação na Câmara da Guarda, Amândio Baía, «as educadoras e os pais é que preferiram não fazer a mudança para as novas instalações, pois o ano lectivo já tinha começado». Entretanto, as partes já chegaram a acordo e deverão mudar-se para a nova creche durante o próximo mês.

«Preferiram não perturbar o ano lectivo das crianças», justifica Amândio Baía. O “Jardim da Luz”, nome com o qual baptizaram a moderníssima creche, apresenta-se como um modelo a seguir no futuro pelo conceito inovador e atitude organicista que lhe deu origem. Trata-se de um investimento da autarquia que rondou os 520 mil euros, numa área total de cerca de 500 metros quadrados. A questão da aquisição de material já está concluída, só faltam mesmo os utentes, as educadoras e alguns pormenores. Para Filomena Rebelo, técnica do pelouro da Educação na autarquia, o encerramento deve-se a questões técnico-pedagógicas alegadas pelas educadoras. «Há um programa curricular para cumprir e as estagiárias terminam a formação agora no mês de Junho», explica. Assim sendo optou-se por mudar para as novas instalações só em Junho, pois nessa altura «já não prejudica a rotina das crianças, nem das educadoras», acrescenta Filomena Rebelo, dizendo que a autarquia também gostaria que a creche já estivesse em funcionamento uma vez que é um projecto inovador e de custos elevados.

O actual jardim-de-infância acolhe 50 crianças, mas o número de turmas irá aumentar depois, um crescimento que já foi autorizado superiormente, diz. Até porque o novo espaço tem capacidade máxima para 75 crianças. De resto, as inscrições para novos utentes abrem em Junho. A técnica do pelouro da Educação acredita que este novo conceito vai «beneficiar o desenvolvimento das crianças e sobretudo a educação pré-escolar, pois há pormenores que podem fazer a diferença». É que no “Jardim da Luz” há três salas de actividade com espíritos e princípios diversos, como cores diferentes para que os miúdos tenham sensações diferentes. Cada área terá a sua temática, escolhida pelas educadoras que ali irão trabalhar (o conto, o audiovisual e a expressão plástica), para além de uma sala polivalente com múltiplas funções, que tanto poderá ser uma zona recreativa como o refeitório.

Depois, «as turmas irão percorrer todos os espaços da creche, conforme as educadoras e o programa curricular», adianta Filomena Rebelo. Esta filosofia da diversidade é uma constante no projecto e foi aplicada também na mobilidade das crianças. Assim, elas poderão mudar de sala durante o dia, o que também funciona em termos de pedagogia, pois permite que não estejam agarrados a um só espaço. Os arquitectos João Cláudio Madalena e Cláudia Quelhas são os mentores do projecto, onde tudo se adapta à escala dos mais pequenos, desde as casas de banho aos jardins exteriores, que são autênticos jogos labirínticos.

Patrícia Correia

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