Os incêndios deste verão e os do ano transato vão causar a morte de milhares de colmeias, tanto nas zonas rurais como no litoral, alerta Paulo Russo Almeida, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
«A manter-se esta vaga de incêndios ano após ano, os apicultores começam a não ter locais para colocarem os seus apiários, para além de verem as suas colmeias desaparecerem irremediavelmente porque as zonas ardidas não têm condições para produzirem nos próximos anos», refere o investigador em apicultura. Isto porque nos meios rurais estão a ser destruídas vastas extensões de rosmaninho, urze, torgas, chamiça, queirogas, silvas, tomilho, estevas, giestas e outras espécies arbustivas, que precisam de dois ou três anos para se regenerarem e são fundamentais para alimentação das abelhas e para a polinização e qualidade do mel. Paulo Russo lamenta ainda que os apicultores afetados pelos fogos não sejam abrangidos pelos apoios oficiais anunciados para a floresta e para o setor madeireiro. «Eles também precisam urgentemente de ajudas para reposição dos apiários e para alimentação das abelhas por falta de pasto neste ano», sublinha o docente da UTAD.