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Inferno às portas da Covilhã

Incêndio deflagrou durante a tarde de sábado, chegou a ser dado como controlado no domingo, mas regressou na segunda-feira

Uma extensa área de mato ardida, 95 pessoas evacuadas e mais de 400 operacionais no terreno, foi o resultado de três dias de inferno na Covilhã. Na tarde de sábado, pelas 15h18 um incêndio deflagrou às portas da cidade, na zona de Santo António, próximo da reitoria da Universidade da Beira Interior. Chegou a ser dado como controlado pela Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), cerca das 21h30 de domingo, mas o pior confirmou-se durante a tarde de segunda-feira, com o incêndio a avançar violentamente na zona das Penhas da Saúde e a ameaçar as casas ali situadas. Já durante a madrugada de terça-feira, o fogo entrou em resolução (sem «perigo de propagação para além do perímetro já atingido») pelas 3h37. No entanto, à hora do fecho da edição, segundo a página da ANPC, ainda estavam no local 361 operacionais, apoiados por 104 meios terrestres e um meio aéreo e continuava a incerteza de se “o pior” já teria passado.

Ao longo dos três dias chegaram à Covilhã bombeiros de corporações de vários pontos do país, que nalguns casos tiveram de regressar às suas cidades devido a outros incêndios que deflagravam nas suas áreas de origem. Também de Espanha chegaram militares da Unidade Militar de Emergência. O fogo, que chegou a ter três frentes de incêndio, aproximou-se de Cortes do Meio e obrigou à evacuação de 15 pessoas na aldeia de Casal da Serra, apenas por precaução, bem como de 80 pessoas no parque de campismo do Pião, que não chegou a sofrer qualquer dano. Apesar da dimensão, não há registo de que o fogo tenha consumido alguma casa, apenas duas viaturas, sem causar danos físicos aos proprietários.

Nas redes sociais surgiram várias críticas à coordenação dos meios, mas o Presidente da Câmara referiu que apenas tinha «a elogiar e agradecer o trabalho dos militares envolvidos», destacando a sua «prontidão, articulação e trabalho inexcedível». Quanto à origem do incêndio Vítor Pereira não tem dúvidas de que «há mão criminosa», referindo que «o “modus operandi” é claríssimo, primeiro começa um foco de incêndio numa zona com menos probabilidade de propagação, como forma de distração, para logo a seguir se iniciar um fogo em zonas mais complicadas». «São pessoas que conhecem a maneira de atuar dos bombeiros e as suas limitações», acrescenta o edil.

Momento Insólito

Durante o combate ao fogo na Covilhã aconteceu um momento insólito. No sábado à tarde, um helicóptero aterrou no centro da cidade, junto à Rotunda do Rato (Perto da UBI), para transportar uma grupo de bombeiros.

Ana Eugénia Inácio Fogo deflagrou próximo da reitoria da UBI

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